O Brasil é o segundo maior exportador agrícola do mundo e deverá assumir a liderança mundial a partir de 2024, como provedor de alimentos para o planeta. O cenário futuro é de aumento da população. Haverá, então, necessidade cada vez maior de garantir a segurança alimentar e nutricional para a população.
Os fertilizantes são imprescindíveis para a qualidade e quantidade da produção agrícola, pois são fontes de nutrientes para as plantas, sem os quais elas não completam o seu ciclo de vida. O país consome cerca de 32,2 milhões de toneladas de adubos atualmente, o que resulta em crescimento na produção de alimentos para consumo interno e também para exportação.
Todo esse processo ainda é pouco conhecido pela população, que também confunde fertilizantes com outros produtos agrícolas. Com o objetivo de desfazer os conceitos populares errôneos sobre o uso de adubos no cultivo das culturas, foi lançada recentemente a iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV), segmento nacional do programa americano Nutrients for Life.
Dr. Luiz Roberto Guimarães Guilherme, engenheiro agrônomo e professor do Departamento de Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras, exalta não somente a importância dos fertilizantes para a produção de alimentos, mas também o seu benefício para a saúde humana: “Existe uma relação direta entre o que está presente no solo e o que está contido nos produtos plantados. O fertilizante é essencial para aportar os nutrientes que estão deficientes no solo”, explica.
Dr. Guilherme ainda argumenta que também há uma relação direta entre a biodisponibilidade do nutriente e a necessidade de sua adição como fertilizante, como ocorre, por exemplo, com o zinco. “O zinco é um nutriente fundamental para o crescimento das plantas, mas na maior parte dos solos deficientes do cerrado, por exemplo, é preciso fornecê-lo via adubação”. Uma das consequências da carência de zinco nas populações – que já afeta cerca de dois bilhões de pessoas no mundo – é justamente o problema de nanismo.
Para o bom desenvolvimento da agricultura, é necessário suprir a demanda das plantas em macronutrientes – nutrientes que são exigidos em maiores quantidades – e em micronutrientes – nutrientes que são exigidos em menores quantidades –, ambos disponíveis nos fertilizantes.
“Nos solos nacionais, de maneira geral, é preciso adubar com quase todos os nutrientes. É fundamental fazer a análise do solo para verificar os nutrientes que estão em falta, para aplicá-los na quantidade adequada”, comenta Dr. Guilherme.
Panorama do futuro: alimentos funcionais
O conceito de segurança alimentar engloba cinco pilares fundamentais: produção em quantidade suficiente; qualidade nutricional; segurança no que diz respeito à não contaminação de produtos; aceitação dos alimentos e estabilidade da produção.
“Cada vez mais a ciência mostra que, em grande parte das populações, a quantidade de alimentos já não é uma grande barreira, porém, a qualidade da dieta é um problema sério. Assim, há uma tendência, em alguns países, de aplicar obrigatoriamente aqueles nutrientes considerados deficientes nos solos para alcançar o teor adequado nas plantas”, afirma Dr. Guilherme.
Foto: Reprodução
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