Os pais da ex-jogadora Walewska Oliveira, campeã olímpica pela Seleção Brasileira de Vôlei, que morreu aos 43 anos ao cair do 17º andar de um prédio, em São Paulo, travam uma briga judicial com o viúvo da filha, o corretor de imóveis e preparador físico Ricardo Alexandre Mendes, por conta da herança. A ex-atleta não deixou testamento, mas acumulou um patrimônio milionário ao longo dos seus 26 anos de carreira.
De acordo com o site “Notícias da TV”, Walewska tem 23 imóveis listados em seu inventário, que somariam mais de R$ 25 milhões entre apartamentos e salas comerciais em condomínios de luxo. Ainda segundo o levantamento feito pela reportagem, os valores dessas unidades variam entre R$ 456 mil e R$ 2,6 milhões.
Os imóveis em questão estão localizados em diferentes pontos de São Paulo, incluindo o que ela morava, nos Jardins, além de Belo Horizonte, em Minas Gerais, onde moram os pais da ex-jogadora. Das 23 unidades, 13 foram compradas por Walewska como pessoa física e os demais aparecem com o nome de sua empresa, a WL Serviços Esportivos.
A reportagem destaca que, além dos imóveis, a campeã olímpica ainda deixou R$ 1.312.850 em seu seguro de vida, cujos beneficiários são sua mãe, Maria Aparecida Moreira, e o viúvo, que aparece como responsável pelo inventário. Porém, os pais entraram com recursos na Justiça alegando que Mendes é “indigno” de receber a herança, já que teria contribuído para o suicídio de Walewska. O casal enfrentava uma crise no casamento.
A família alega que a morte da campeã olímpica segue em investigação como “suspeita”, já que a Polícia Civil ainda apura as circunstâncias da queda da vítima do 17º andar do prédio em que morava. Além disso, a ex-jogadora deixou cartas aos familiares e amigos, nas quais deixou claro a insatisfação com o casamento e com a descoberta de que Mendes a tinha traído e, inclusive, tinha um filho fruto da relação.
Os pais de Walewska ainda citaram que Mendes não compareceu ao sepultamento da esposa e não arcou com os custos. O viúvo, por sua vez, disse que não esteve na cerimônia à pedido da família. Mas os parentes negam essa informação.
“Ricardo, companheiro por 20 anos de Walewska, não reconheceu o corpo, deixou documentos e pertences de sua esposa na recepção do prédio para serem recolhidos por familiares, não contribuiu financeiramente ou de forma prática para os trâmites do velório e enterro, negligenciou apoio à família, mas foi bastante rápido e assertivo em solicitar a abertura do inventário e sua habilitação como inventariante”, diz a família no documento entregue à Justiça.
Mendes se defendeu no processo e destacou que, sim, tem o direito de ser o inventariante e também herdeiro. Ele apresentou o certificado do seguro de vida feito por Walewska, na qual ele aparece como beneficiário.
Walewska morreu no último dia 21 de setembro. O viúvo da ex-jogadora disse eles enfrentavam uma crise no casamento de 20 anos e que chegou a pedir o divórcio. Ele e Wal discutiram na noite anterior à morte dela e a mulher não estaria feliz com o fim da união.
“Ela me questionou que eu estava estranho e distante, eu respondi que não dava pra continuar onde não havia mais amor entre homem e mulher. Ela ficou introspectiva, ficou quieta e fomos dormir. A gente se amava, eu esperava ela aceitar a separação numa boa”, disse Ricardo.
Assim, ele foi trabalhar e, quando chegou em casa, afirma que não sabia que a mulher estava na área de lazer do prédio. Naquela data, às 18h07, ele recebeu uma mensagem de celular dela que dizia: “Amo você. Mas, acho que você já tomou a sua decisão”. Logo em seguida, Ricardo respondeu: “Também te amo”.
Pouco tempo depois, ele foi avisado que ela tinha caído do 17º andar. “Cheguei em casa depois de um dia intenso de trabalho, não sabia que a Wal já tinha chegado. O interfone tocou, eu não atendi. Depois vieram as mensagens pelo WhatsApp do grupo do condomínio, até que a gestora tocou a campainha da minha casa para me avisar da tragédia. Meu chão abriu e eu desmoronei.”
No final de outubro, a polícia informou que o inquérito sobre a morte da ex-atleta estava em fase final. No entanto, não foi determinado um prazo para o fim das investigações, que seguem em andamento.