O Google anunciou que vai exigir um processo de verificação para campanhas políticas em anúncios veiculados na ferramenta de busca. A medida faz parte de um pacote da empresa para auxiliar o processo eleitoral de 2022.
Os anunciantes já foram notificados em 15 de setembro, e a medida passa a ser obrigatória em 17 de novembro. A empresa classifica como campanha política todos aqueles que queiram divulgar campanhas de partidos políticos, titulares de cargos públicos eletivos federais ou candidatos à Câmara, ao Senado, à Presidência e à Vice-Presidência.
Para o processo de verificação, é necessário que o anunciante forneça documentos que mostre quem alega ser. Se o anunciante não passar por este processo, ele ficará desabilitado a subir novas campanhas na plataforma.
Segundo a política de anúncio do Google, a empresa exige que todos os anúncios eleitorais mostrem uma nota identificando quem pagou por eles. Para formatos maiores, a empresa pede que o anunciante gere uma declaração “Pago por”, de acordo com as informações fornecidas durante o processo de verificação.
O Google também vai limitar a segmentação para as campanhas eleitorais, e os anunciantes terão acesso somente a filtros de localização geográfica, por faixa etária e gênero. Outros anunciantes, por exemplo, conseguem usar a ferramenta de forma mais ampla, como segmentação por afinidades do usuário.
Além das restrições para anúncios eleitorais, o Google também vai disponibilizar no primeiro semestre de 2022 um relatório público com informações sobre os anunciantes na plataforma.
A ferramenta também está em funcionamento em Israel, Austrália, Estados Unidos, Índia, Nova Zelândia, Taiwan, União Europeia e Reino Unido.
“Qualquer pessoa terá acesso detalhado sobre gastos, quantidade de anúncios, valor investido e outras informações a depender da base de dados coletada pela empresa com o processo de verificação” ,diz Natália Kuchar, advogada e especialista em anúncios e plataformas de publicidade do Google.
Kuchar também afirma que a empresa não faz segmentações por escolhas políticas, sendo impossível um usuário que seja de esquerda receber mais anúncios relacionados aos ideais do usuário.
“Por regra, a empresa não permite segmentação política. Os anúncios na busca são direcionados com base no contexto, na palavra-chave que o usuário está procurando”, diz.
O Google também afirmou dar continuidade às parcerias com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para capacitação e divulgação de conteúdos de utilidade pública sobre eleições, que acontecem desde de 2014.
A empresa também disse que continuará apoiando o Comprova, coalizão que reúne a Folha e 32 veículos na checagem de conteúdos sobre coronavírus, políticas públicas e eleições.