Pesquisadores afirmam:  crise na saúde leva robôs ao ‘front’ médico

Hospitais tailandeses estão usando robôs "ninja" para medir a temperatura e proteger os seus funcionários da saúde© Lillian SUWANRUMPHA Hospitais tailandeses estão usando robôs “ninja” para medir a temperatura e proteger os seus funcionários da saúde

Espera-se que a pandemia do novo coronavírus leve os robôs ao campo de batalha médico e que mostrem seu valor ao assumir tarefas de saúde “sujas e perigosas”, informaram pesquisadores.

Um editorial da publicação Science Robotics destacou que os robôs podem colaborar em trabalhos de telemedicina, descontaminação, manipulação de materiais descartáveis contaminados e monitoramento da quarentena.

“Historicamente, os robôs têm sido usados para lidar com o trabalho sujo, perigoso e chato”, dizem os pesquisadores.

“À medida que a epidemia aumenta, os potenciais papéis da robótica se tornam mais claros”, acrescentaram.

Alguns robôs já tem sido usados durante a pandemia. Hospitais tailandeses têm usado robôs ninja para medir a temperatura e proteger a saúde dos funcionários da saúde, e na Dinamarca os robôs usam a luz ultravioleta para desinfetar superfícies frequentemente tocadas.

Ainda que os robôs tenham sido usados por anos em situações de desastre e com algumas aplicações médicas, a pandemia trouxe à tona a necessidade de ampliar as suas funções, segundo os cientistas.

“Por que estamos deixando que os funcionários da saúde, que trabalham na linha de frente, se exponham ao vírus?”, disse a jornalistas por videoconferência o editor da revista, Guang-Zhong Yang, professor do Instituto de Robótica Médica na Universidade Shanghai Jiao Tong.

“Os robôs existem para livrar as pessoas de alguns desses riscos”, disse.

Os robôs também devem ser usados para o controle infeccioso, para tratar dos pacientes em cuidados intensivos e transportar medicamentos e comida, segundo o editorial escrito em parceria por pesquisadores como Howie Choset, da Universidade Carnegie Mellon e Marcia McNutt, presidente da Academia Nacional de Ciência.

“A Covid-19 pode se tornar o ponto de virada sobre como as futuras organizações funcionarão”, escrevem os autores.

“Podem ser desenvolvidas novas gerações de grandes, pequenos e microrrobôs que sejam capazes de trabalhar de maneira contínua e limpar”, defenderam os autores.

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