Acontece hoje (24), a partir das 10h, a reunião da Comissão de Relações Exteriores (CRE) com o chanceler Ernesto Araújo. A pauta principal do encontro, à qual o ministro das Relações Exteriores deve comparecer presencialmente, é a recente visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, a Roraima. Nessa vinda ao Brasil, ocorrida na sexta-feira (18), Pompeo fez duras críticas ao regime de Nicolás Maduro na Venezuela.
Quem solicitou a audiência com Araújo foi o senador Telmário Mota (Pros-RR). Ele ressaltou que Roraima tem, “há séculos”, uma relação pacífica com a Venezuela, com a qual comunga uma extensa fronteira. Para ele, Pompeo trata o Brasil como “uma espécie de semicolônia”.
O senador Antonio Anastasia (PSD-MG) afirmou que não sente nenhuma simpatia pelo governo de Maduro na Venezuela, mas ainda assim entende que a passagem de Pompeo por Roraima foi “absolutamente infeliz”. Para ele, o secretário norte-americano valeu-se de “bravatas”, agindo de forma escandalosa ao ameaçar uma nação soberana, o que infringe inclusive a Constituição brasileira, que respeita a soberania das demais nações.
O senador Major Olimpio (PSL-SP) também criticou a política externa brasileira e a visita de Pompeo. Para ele. o secretário do presidente Donald Trump trata o Brasil “como uma província, uma capitania, chega aqui impondo regras sobre como tratar um país vizinho”. Jaques Wagner (PT-BA) foi na mesma linha, dizendo que os Estados Unidos têm tratado o Brasil “quase como uma base militar”. Para Mecias de Jesus (Republicanos-RR), o objetivo da vinda de Pompeo esteve ligado à campanha de reeleição de Trump, e suas declarações não contam com o apoio da população roraimense.
Já o líder do governo, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), reiterou que o Brasil tem uma “aliança estratégica com os Estados Unidos”, e que a vinda de Pompeo esteve inserida nesse contexto.
A reunião da CRE será semipresencial, portanto contará também com questionamentos feitos por vídeo, além dos presenciais, por parte de senadores. Os internautas também podem enviar comentários e perguntas pelo e-Cidadania.
Fonte: Agência Senado