O mercado de loterias dos Estados Unidos está cada vez mais atrativo e diversas empresas estão tentando surfar no modelo de negócios. A Jackpocket, startup localizada em West Milford, Nova Jersey, parece estar conseguindo se destacar, mas como?
No centro de operações da Jackpocket estão localizados dezenas de terminais de loteria que ficam em mesas compridas, cuspindo mais de 100 mil bilhetes de jogos por dia. Leitores de código de barras apitam a cada segundo, sinalizando que um cliente acabou de comprar uma Powerball, Mega Millions ou outro bilhete de loteria em algum lugar do Garden State.
Os funcionários da startup, então, colocam os tíquetes em um scanner de alta velocidade e, em alguns segundos, o apostador que comprou um sonho de US$ 2 pode ver a imagem digitalizada do tíquete no aplicativo do Jackpocket.
Eric Parker, 37, que fundou a Jackpocket com o CEO Pete Sullivan em 2013, diz que quando eles abriram a empresa em um espaço da WeWork no SoHo, eles iam à loja da esquina três vezes ao dia para comprar bilhetes de loteria para os clientes e tiravam fotos de cada um com o celular. “No começo, éramos eu e Pete comprando bilhetes”, diz Parker. “Agora podemos processar 1 milhão de tickets em um dia.”
Em vez de ir à loja de conveniência para comprar um ingresso, o jogador pode abrir o aplicativo, escolher seus números (ou deixar o computador selecionar) e o Jackpocket fará a compra para eles.
O aplicativo é delimitado geograficamente para que os jogadores não possam comprar um bilhete de loteria fora do estado. (Para quem ganhar menos de US$ 600, a empresa creditará o dinheiro diretamente em uma conta. Com ganhos superiores a US$ 600, a companhia enviará o tíquete físico para o jogador sacar.)
Até o momento, Jackpocket arrecadou mais de US$ 200 milhões e tem uma avaliação de US$ 620 milhões composta por nomes como o do bilionário Mark Cuban, da cadeia de lojas de conveniência Circle K e celebridades como os comediantes Kevin Hart e Whitney Cummings.
Apostas crescentes
Enquanto as apostas esportivas recebem todas as manchetes, as loterias estaduais são a vaca leiteira da indústria do jogo.
Em 2021, os apostadores gastaram US$ 98 bilhões em bilhetes da loteria, de acordo com a Associação Norte-Americana de Loterias Estaduais e Provinciais. Para colocar isso em perspectiva, os caça-níqueis e jogos de mesa nos cassinos do país geraram menos da metade do valor, US$ 43,79 bilhões, em 2022 (de janeiro a novembro), enquanto as apostas esportivas arrecadaram US$ 6,56 bilhões no mesmo período.
A indústria de jogos está focada em expandir as apostas esportivas, que atualmente são legais em 36 estados, mas DraftKings, FanDuel, Caesars, Wynn e outros estão brigando por restos na mesa. A oportunidade real, que envolve US$ 100 bilhões, é expandir e modernizar a loteria para um jogador mais jovem e experiente em tecnologia, diz Sullivan.
“Esta tem sido a história da minha vida há 10 anos”, diz Sullivan, também de 37 anos. “A América é apaixonada por esportes e as apostas esportivas são uma venda atraente para os investidores. Mas é extremamente nichado. O que as pessoas não entendem é o quão grande é a loteria – é o segredo dos Estados Unidos. A loteria é tão popular que se tornou o gigante adormecido.”
Com um mercado de US$ 100 bilhões em jogo, o Jackpocket, que está presente em 15 estados, mas não está sozinho em ver o enorme potencial das loterias.
Atualmente, as melhores estimativas são de que o Jackpocket e os outros aplicativos móveis de entrega de loteria capturaram entre 2% a 3% do mercado nacional de loteria, o que significa que não há nada além de vantagens.
Mark Cuban, o bilionário dono do Dallas Mavericks e uma das estrelas do Shark Tank, diz que investiu no Jackpocket por dois motivos: “É um negócio muito simples”, escreveu Cuban em um e-mail para a Forbes. “Isso torna o jogo na loteria mais fácil e divertido.”
*Com informações da Forbes