O número de fraudes em aplicativos e sites de relacionamento subiu 50% nos Estados Unidos em 2020, na comparação com 2019. Os dados são de estudo do FTC (Federal Trade Commission). O órgão norte-americano –equivalente ao Procon (Instituto de Defesa ao Consumidor) brasileiro– afirma que, no ano passado, US$ 304 milhões foram perdidos com os chamados “golpes românticos”.
De acordo com o FTC, o valor perdido em golpes em 2020 é 4 vezes maior do que o de 2016, que foi de US$ 75 milhões. Outro aumento significativo se deu no número de denúncias, que triplicou no último ano: foram 32.732 ante 11.235 de 2016.
RELAÇÃO COM A PANDEMIA
A alta no número de golpes está relacionada ao crescimento da rede de usuários dessas plataformas. Com a pandemia do coronavírus e as medidas de isolamento social, as pessoas foram impedidas de socializar pessoalmente e precisaram das redes virtuais para manter e começar novos relacionamentos.
Os golpistas costumam criar perfis nessas plataformas com fotos da internet e nomes fictícios. De acordo com o FTC, alguns até “assumem a identidade de pessoas reais”. Criam, a partir das conversas, vínculos emocionais com as vítimas e inventam desculpas para não se encontrarem pessoalmente, o que os permite continuar com a farsa. Durante a pandemia, muitos alegaram terem sido diagnosticados com a covid-19.
Quando ganham a confiança da vítima, os golpistas pedem dinheiro. “Podem dizer que é para um cartão de telefone para continuar a conversar. Ou podem alegar que é para uma emergência médica, com a covid frequentemente incluída em seus contos”, segundo o FTC. “As histórias são infinitas e podem criar um senso de urgência que leva as pessoas a enviar dinheiro repetidamente”.
TENDÊNCIA É GLOBAL
Em janeiro de 2021, a Interpol (International Criminal Police Organization) emitiu um alerta para os seus 194 países-membros sobre o crescimento desse tipo de golpe. “A unidade de Crimes Financeiros recebeu relatórios de todo o mundo e está incentivando os usuários de aplicativos de namoro a ficarem vigilantes”.
*Esta reportagem foi produzida pela estagiária em jornalismo Carina Benedetti sob supervisão do editor Nicolas Iory / Com informações do site Poder360