Carros sem motorista estão em testes pelo mundo, mas até o motorista virar coisa do passado ainda é preciso resolver muitas coisas, que passam por legislação, tecnologia, infraestrutura e modelo de negócio.
De acordo com um estudo da consultoria KPMG alguns países estão mais avançados, como Holanda, Cingapura e Estados Unidos, que ficaram com as três primeiras posições no ranking de aptidão para receber os autônomos.
Outros países nem engataram a primeira marcha ainda, como o Brasil, que ficou em 17º lugar entre 20 países, à frente apenas de Rússia (18º), México (19º) e Índia (20º).
Ranking de aptidão para autônomos
Posição | País | Total |
1 | Holanda | 27,73 |
2 | Cingapura | 26,08 |
3 | EUA | 24,75 |
4 | Suécia | 24,73 |
5 | Reino Unido | 23,99 |
6 | Alemanha | 22,74 |
7 | Canadá | 22,61 |
8 | Emirados Árabes | 20,89 |
9 | Nova Zelândia | 20,75 |
10 | Coreia do Sul | 20,71 |
11 | Japão | 20,28 |
12 | Áustria | 20,00 |
13 | França | 19,44 |
14 | Austrália | 19,40 |
15 | Espanha | 14,58 |
16 | China | 13,94 |
17 | Brasil | 7,17 |
18 | Rússia | 7,09 |
19 | México | 6,51 |
20 | Índia | 6,14 |
Mas o Brasil foi (mais uma vez) salvo pelos brasileiros, que estão mais dispostos a ter a tecnologia autônoma, até mais que os japoneses. No quesito de aceitação dos consumidores, o país ficou em 14º.
Segundo o estudo, os brasileiros tendem a adotar novas tecnologias rapidamente, mas é preciso definir muita coisa com relação a legislação, melhorar a infraestrutura e a tecnologia disponível – nestes outros temas o país ficou em 20º, 19º e 18º, respectivamente.
“A discussão sobre autônomos está começando em fóruns e eventos ligados às indústrias automotiva e de telecomunicações, mas não vimos autoridades ou governos fazendo planos sobre isso”, afirmou Maurício Endo, da KPMG.
O que precisa ter?
- pontos de recarga para modelos elétricos
- boa rede de comunicação sem fio
- infraestrutura de circulação
- legislação para permitir testes sem motorista
- desejo da população de ter autônomos
- pesquisa e desenvolvimento de serviços de mobilidade
A conta do atraso
O prejuízo de ficar sem resolver essas questões vai além de não ter uma tecnologia. Estudos apontam que os veículos autônomos reduzirão os acidentes, que são causados principalmente por falha humana.
O potencial de salvar vidas também desafogaria o serviço de saúde, que gasta milhões anualmente com vítimas de motoristas imprudentes. Estima-se que 585 mil vidas poderão ser salvas entre 2035 e 2045.
Se isso não fosse suficiente, pesquisas indicam que as horas passadas no trânsito podem virar horas produtivas, convertendo-se em ganho econômicos – já se fala em um novo mercado, chamado de “economia de passageiros”, estimado em US$ 7 trilhões.
Fonte: Auto Esporte