Especialista dá dicas para a realização de blindagem automotiva segura

Com os crescentes índices de violência e a busca, cada vez mais constante pela blindagem veicular em nosso país, torna-se fundamental que os clientes estejam atentos a alguns aspectos antes de contratar o serviço. Para o especialista em segurança e blindagem de veículos, Glauco Splendore, alguns cuidados importantes devem ser foco de atenção por parte dos consumidores antes da escolha da blindadora parceira.

Com mais de 160 mil veículos blindados, o Brasil é líder mundial neste segmento, ultrapassando países tradicionais como Estados Unidos, Colômbia e México. Dados do Exército Brasileiro destacam que, somente em 2016, foram blindados mais de 18 mil veículos no território nacional. “Os números confirmam a crescente sensação de insegurança e as medidas que a população tem encontrado para buscar maior proteção”, ressalta Splendore.Segundo o especialista, que já possui mais de mil blindagens realizadas no currículo, sendo pioneiro na blindagem de veículos do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), para garantir a qualidade e segurança da blindagem, é fundamental que os consumidores exijam as certificações das empresas fabricantes da matéria prima a serem aplicadas na blindagem, como vidro e manta. Ele informa que, para fabricar materiais à prova de bala, as empresas devem ter um título de registro, que está vinculado a uma série de testes, homologados pelo Exército. “É crucial às pessoas que buscam este tipo de serviço, que façam a exigência de uma garantia de todos os produtos utilizados na blindagem, e saibam claramente qual o nível de proteção balística que está adquirindo”.

Existem várias proteções balísticas para blindagem. A mais utilizada no Brasil é o nível III-A, que protege contra praticamente todas as armas curtas de mão. “Este tipo de blindagem exige a anuência do Exército, com critérios rígidos para a sua liberação, sendo o mais praticado e indicado para veículos de uso civil”, garante. Ele menciona, ainda, o nível III e IV, que têm o seu uso restrito, com autorizações específicas para uso civil, por estarem vinculados a armas mais pesadas como fuzil.Com o crescimento no mercado e a larga oferta de blindadoras atuando no segmento, os consumidores, muitas vezes, são seduzidos por preços e garantias que parecem bastante vantajosas, mas o especialista dá mais um alerta. “Estamos falando de vidas. Não dá para obter preços significativamente mais baratos sem a perda de qualidade e, consequentemente, segurança. Não existe meio termo para este tipo de serviço”.

Todos os tipos de veículos podem ser blindados, porém Splendore não indica o procedimento a carros que tenham potência inferior a 150hps, com motor até 1.4 turbo, pois serão adicionados, em média, 160 quilos ao peso normal do veículo. “É uma recomendação que faço, pois haveria, nestes casos, um sobrepeso que prejudicaria o desempenho”.

Check-up da blindagem:

Antes de blindar o veículo, o usuário deve buscar obter da blindadora:

  • Certificado de registro junto ao Exército Brasileiro;
  • Certificado brasileiro junto à Polícia Civil;
  • Verificação sobre os materiais utilizados – se também estão devidamente aprovados junto ao órgão fiscalizador;
  • Saber quais as áreas do veículo receberão a blindagem. É indicado que contemple teto, vidros, colunas, atrás do banco traseiro (porta-objetos), caixas de rodas, portas, proteção entre o painel e o motor, maçanetas, por trás dos espelhos retrovisores e tanque de combustível;
  • Preços: Se baixos, podem ser tentadores, mas a blindagem é um processo complexo e valores menores podem ser sinônimos de baixa qualidade (o custo médio e atual de uma blindagem é, com variações, de R$ 60 mil);
  • Visitar a empresa e conhecer a sua estrutura e tecnologia utilizada, antes de fechar o negócio;
  • Buscar referências sobre a empresa no mercado ou por meio de indicações;
  • Saber sobre o tempo de manutenção da blindagem e seguir à risca estas visitas (o tempo médio de manutenção é a cada três meses);

O tempo médio de uma blindagem veicular é de até 15 dias. Apesar de não obrigatório, Splendore indica que a participação de curso de direção evasiva pode contribuir bastante para que os motoristas estejam preparados para evitar uma tentativa de assalto e suas consequências. “As pessoas que blindam seus veículos não gostariam, mas sabem que podem ser alvos de um tipo de crime. Em face disso, é importante aprender a como se comportar nestas situações e também, a conservar o automóvel. Blindado não é tanque de guerra. É importante estar preparado para realizar a evasão do local”, completa.

 

Fotos: Reprodução


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *