O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vai decidir na última hora se vai desfilar em carro aberto ou fechado e blindado no dia da posse, marcada para domingo (1º) em Brasília. De acordo com o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, a decisão vai considerar questões de segurança e climáticas.
De acordo com a previsão do tempo, há possibilidade de chuva no dia da posse no Distrito Federal. Além disso, diante de ameaças terroristas, a Polícia Federal (PF) sugeriu que o cortejo seja feito em carro blindado, como medida de segurança.
Se a previsão do tempo for confirmada ou se o clima de insegurança persistir na área central de Brasília, o desfile vai ocorrer em carro fechado, mesmo que a vontade de Lula seja fazer o tradicional desfile em carro aberto pela Esplanada dos Ministérios.
“O planejamento é dinâmico e reexaminado a cada contexto que se coloca. O [desfile] em carro aberto ou fechado vai ser de acordo com a avaliação do momento e também de fatores climáticos”, afirmou Dino nesta terça-feira (27).
Também na terça, Dino disse que pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para proibir o porte e a posse de armas de fogo entre os dias 28 de dezembro e 3 de janeiro em todo o DF. O pedido tem a intenção de coibir atos de violência antes, durante e depois da cerimônia de posse.
O objetivo é que mesmo as pessoas com licença para transportar armas de fogo, como os CACs (caçadores, atiradores e colecionadores), por exemplo, fiquem com o direito suspenso. Caso Moraes considere o pedido válido, qualquer porte ou posse de arma no período será considerado crime. Moraes recebeu a solicitação por ser o relator do inquérito que investiga atos antidemocráticos.
“Nós esperamos que, com o deferimento, tenhamos mais uma camada de proteção para que as forças policiais, de um modo geral, fiquem autorizadas a apreender armamentos e prender em flagrante quem circular no Distrito Federal nesse período de posse portando armamento”, detalhou Dino.
A segurança da cerimônia de posse tem sido reavaliada pela equipe de transição de Lula após manifestantes deixarem rastros de destruição na área central de Brasília em protesto contra a prisão do cacique José Acácio Serere Xavante, em 12 de dezembro. O episódio foi avaliado como um “ensaio geral” do que pode acontecer, caso a segurança falhe no dia da posse de Lula.
A preocupação com episódios de violência cresceu ainda mais depois que a Polícia Civil do DF prendeu um homem suspeito de tentar explodir uma bomba nas proximidades do aeroporto de Brasília no sábado (24). No dia 25, a Polícia Militar localizou outros explosivos em uma área de mata no Gama (DF).
Lula desfila pela Esplanada dos Ministérios, em direção ao Congresso, onde sobe a rampa e, em seguida, se dirige ao Palácio do Planalto, onde discursa. Mais de 700 agentes da Polícia Federal e milhares de policiais militares foram convocados para o esquema de segurança.
A equipe que realiza a segurança do presidente eleito recomendou que ele faça o trajeto na Esplanada de carro blindado e fechado, após a tentativa do ataque com bomba na capital. No entanto, o petista tem afirmado que não vai seguir a recomendação.
Outra preocupação é com os chefes de Estado de mais de 30 países que estarão em Brasília, além de demais integrantes de delegações estrangeiras, artistas e do público, que pode atingir entre 300 mil e 500 mil pessoas. As precauções relacionadas a essa movimentação ocorrem desde o dia anterior ao evento até a cerimônia, os shows e o retorno para casa.