O presidente Jair Bolsonaro chamou o governador de São Paulo, João Doria, de “patife”. Disse que o tucano quer quebrar o Estado e o país e depois culpar o governo federal. “Farei tudo para manter a nossa liberdade, a guerra de informações estamos travando. Vocês estão se conscientizando de como é difícil viver num país onde o governador como o de São Paulo por um decreto qualquer fecha tudo”, disse Bolsonaro.
O governo paulista anunciou na sexta-feira (9) que sairá da fase emergencial na segunda-feira (12). Passará à fase vermelha, menos restritiva, mas ainda com veto a refeições em restaurantes, por exemplo.
Assista à fala (59s):
“Então parece que esses caras querem, como esse patife de São Paulo quer, é quebrar o Estado, quebrar o Brasil para depois apontar um responsável. É coisa de patife. Que é esse cara que está em em São Paulo que usou meu nome para se eleger.”
O presidente driblou a imprensa para passear de moto no entorno de Brasília. Saiu em carro não identificado do Palácio da Alvorada Visitou uma casa em São Sebastião, área do Distrito Federal, ondemora um grupo de venezuelanas. O encontro foi transmitido em seu Facebook.
“O pessoal que planta tomate não tá plantando mais porque fechou tudo. Restaurante, bares, fechou tudo. Então não estão plantando. Quando voltar a abrir, governador, você que aumentou o ICMS de tudo aí em São Paulo, como não vai ter tomate o preço vai lá pra cima. Aí você vai culpar a inflação pra mim, para cima de mim.”
O presidente voltou a criticar os decretos de governadores e prefeitos que fecham atividades comerciais. Depois de comparar a situação venezuelana, sob o regime de Nicolás Maduro, Bolsonaro se dirigiu à população para dizer que a liberdade é mais importante que a vida.
“Agora, tudo tem um limite. Eu e todo o meu governo todos estamos do lado do povo. Todos os 23 ministérios estão ao lado do povo. Não abusem da paciência do povo brasileiro. Lamento superpoderes que o Supremo Tribunal Federal deu a governadores e prefeitos”, disse Bolsonaro.
O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu na 5ª feira (8.abr.2021) manter o decreto do Estado de São Paulo que proibiu cultos e missas na pandemia. A Corte decidiu que Estados e municípios podem adotar restrições às atividades religiosas. Antes houve decisões divergentes de ministros.
O placar ficou em 9 a 2 a favor da autonomia de prefeitos e governadores. Bolsonaro voltou a dizer na 5ª (8.abr) que o Exército não ajudará governantes locais a implementar medidas restritivas. Disse que a decisão da Corte foi “absurdo dos absurdos”.
“O nosso exército nunca irá à rua para forçar vocês a ficar em casa. Nunca o nosso exército fará qualquer coisa contra a liberdade individual de vocês. E vocês sabem, todo o momento que vocês precisaram das Forças Armadas no Brasil eles tiveram ao seu lado e não ao lado de possíveis governantes com viés ditatoriais. Isso não existe da minha parte.”
Em 8 de março, ao declarar que não decretaria um “lockdown nacional” para conter o alastramento da pandemia de covid-19, o chefe do Executivo disse:
“Eu poderia decretar lockdown, mas não vou. O meu Exército não vai para a rua obrigar o povo a ficar em casa. Eu quero paz, tranquilidade, respeito às instituições, mas algumas delas estão se excedendo”, disse na 5ª (8.abr) em frente à residência oficial, em Brasília.
*Com informações do Poder 360