Prestes a começar os trabalhos no Senado, a CPI da Covid-19 já tem um plano de trabalho preliminar pronto. De acordo com o documento formulado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), a comissão deve convocar até seis atuais e ex-ministros do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), para prestarem esclarecimentos sobre as ações e possíveis omissões do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus.
Marcelo Queiroga, da Saúde, e Paulo Guedes, da Economia, são os nomes do primeiro escalão que podem ser convocados para participar de audiência no Senado em posição de testemunha.
Segundo o cronograma, Queiroga deverá responder questões relacionadas à falta de medicamentos para intubação de pacientes com covid-19, distribuição de remédios sem eficácia comprovada e aquisição de vacinas contra o vírus. Guedes, por sua vez, argumentará sobre os recursos destinados para auxiliar a população mais vulnerável durante a crise econômica provocada pelo novo coronavírus.
Além dos dois, os ex-ministros da Saúde Eduardo Pazuello, Nelson Teich e Henrique Mandetta estão na lista de possíveis convocados pela comissão. Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores, e Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social, também foram incluídos.
No entanto, o roteiro de funcionamento da CPI ainda precisa ser aprovado pelos outros senadores que compõem a comissão. De acordo com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a CPI deverá ter início prático nesta quinta-feira ou, no máximo, na próxima semana. O próximo passo é a escolha do presidente da CPI, que deverá ser o senador Omar Aziz (PSD-AM), e da relatoria, que provavelmente ficará nas mãos do senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Outros pontos
A CPI da Covid-19 deverá solicitar quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico. No entanto, os possíveis alvos só serão definidos durante o funcionamento da comissão.
Fora da estrutura do governo federal, a CPI pode atingir governadores e o prefeito de Manaus (AM), David Almeida. A capital foi a primeira a ter a rede de saúde em colapso no início da segunda onda da doença no Brasil, em janeiro.
*Com informações METRO COM ESTADÃO CONTEÚDO