O presidente Jair Bolsonaro disse que vai visitar Buenos Aires no próximo dia 26, por ocasião das comemorações dos 30 anos de criação do Mercosul, e que aproveitará a oportunidade para ter a primeira conversa pessoal com o presidente argentino, Alberto Fernández.
“Será a primeira vez que vamos conversar com o presidente da Argentina. Logicamente, ele queira (sic) e eu quero, uma conversa reservada em um canto e publicamente vamos tratar das questões econômicas dos nossos países”, disse em sua live semanal nas redes sociais.
Na transmissão, Bolsonaro chamou atenção para as dificuldades econômicas que os países estão atravessando na pandemia de coronavírus e fez menção ao país vizinho.
“Nós torcemos para que a Argentina tenha sucesso em suas negociações com o FMI porque a situação financeira da Argentina está bastante complicada”, disse.
“O êxito econômico de países aqui da América do Sul, entre eles a Argentina, é interessante para todos nós da América do Sul. O Brasil obviamente é um dos grandes interessados”, emendou.
O governo da Argentina, que inicialmente pressionou por um acordo rápido com o FMI, recentemente sinalizou sua disposição a esperar até o final do ano, preocupando os investidores que veem um acordo como a chave para restaurar a estabilidade econômica.
O país reestruturou quase 110 bilhões de dólares em dívida em moeda estrangeira com credores privados no final do ano passado.
Mesmo com Fernández tendo assumido a Presidência da Argentina em dezembro de 2019, Bolsonaro ainda não teve uma conversa pessoal com o chefe de Estado do país vizinho, que é um dos principais parceiros comerciais do Brasil.
Durante a eleição presidencial na Argentina, Bolsonaro chegou a apoiar publicamente a reeleição do então presidente Mauricio Macri e fez duras críticas à chapa de Fernández, em especial pela então candidata a vice, a ex-presidente Cristina Kirchner.
Em 30 de novembro passado, quase um ano após a posse do presidente argentino, Bolsonaro e Fernández tiveram uma primeira reunião por videoconferência e que, de acordo com informações da embaixada do país, teria sido cordial e focada na decisão de “superar os desencontros” entre os dois governos.
*Com informações da Reuters