O presidente Jair Bolsonaro mantém o entendimento de que as medidas de isolamento social deveriam ser flexibilizadas para permitir que o setor produtivo do país siga funcionando em meio à pandemia de Covid-19. Para o mandatário, apenas idosos deveriam respeitar protocolos de distanciamento como forma de se prevenir contra o novo coronavírus e caberia às famílias zelar pelo bem estar dos mais velhos.
“Quem tem abaixo de 40 anos, tem que se preocupar pra não transmitir o vírus pros outros. Mas pra ele, pra sua vida, é quase zero esse risco. Devemos, sim, cada família cuidar dos mais idosos. Não pode deixar na conta do Estado. Cada família tem que botar o vovô e a vovó lá no canto e é isso. Evitar o contato com eles a menos de dois metros. E o resto tem que trabalhar, porque tá havendo uma destruição de empregos no Brasil”, disse Bolsonaro na quarta-feira (8/4), em entrevista ao programa Brasil Urgente, do apresentador José Luiz Datena.
“Quando fiz o anúncio dessa possibilidade, em poucas horas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que derrubaria. E tive notícias de que o meu decreto sofreria impedimento na Justiça. Tô estudando se assino ou não, porque vou ter um problema enorme”, comentou Bolsonaro, que não escondeu a decepção pela estagnação da economia diante da pandemia da Covid-19.
Apesar da previsão de uma explosão de casos de infecção pelo novo coronavírus no Brasil a partir deste mês, Bolsonaro disse que o “fantasma da curva não é tudo isso”. O entendimento dele veio das constantes conversas com o deputado federal e ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB-RS), que condena o isolamento social para todas as faixas etárias.
“Tenho conversado muito com o Osmar Terra. Ele já enfrentou H1H1 e entende bastante do assunto. Ele fala que tem um fantasma da curva que não é isso tudo. De qualquer maneira, o número de infectados será o mesmo. O que se busca com a curva, no meu entender tá sendo feito de forma exagerada, é fazer com que nós tenhamos meios nos hospitais pra atender as pessoas infectadas. Algumas vão perder a vida, lamentavelmente, mas nós devemos fazer o possível para que isso não aconteça”, analisou o presidente.
Por: Correio Braziliense