Governo avalia impacto de eventual subsídio a templos religiosos

O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, admitiu nesta terça-feira, 14, que, apesar da diretriz geral de redução de benefícios fiscais, novos subsídios poderão ser criados, se forem considerados meritórios pelo governo. “Governar é definir quais prioridades serão dadas. Para a criação de um novo gasto tributário, sempre é preciso haver compensação”, respondeu.

Questionado se assinará o decreto para conceder o auxílio, Bolsonaro disse que decide “na hora certa”, aos “48 do segundo tempo ou 54”. O presidente negou-se a falar sobre o que pensa sobre o assunto: “não tenho opinião para te dar”.

 Waldery evitou comentar sobre a proposta de subsídio para o consumo de energia elétrica por templos religiosos – uma ideia do presidente Jair Bolsonaro. “O Ministério de Minas e Energia pode falar sobre o tema. (O impacto) ainda está em análise”, completou.

Pela minuta de decreto em estudo no governo, os templos passariam a pagar tarifas no horário de ponta, quando há maior consumo, iguais às cobradas durante o dia, ou seja, mais baratas. A alternativa em estudo para custear esses benefícios é repassar o valor a outros consumidores, tanto residenciais quanto livres, via o encargo chamado Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

A soma dos benefícios embutidos na conta de luz e repassados para todos os consumidores atingiu R$ 22 bilhões neste ano e tem sido alvo de preocupação da área econômica do governo. Embora o movimento seja para beneficiar templos religiosos de forma ampla, os evangélicos são o alvo da medida.