Para 88% dos gestores, fundos imobiliários são negociados a valor justo

Ao mesmo tempo em que enxergam as cotas dos fundos imobiliários cada vez menos descontadas na Bolsa, gestores do mercado preveem que a retomada ao patamar pré-pandemia deve demorar mais do que o projetado anteriormente. É o que mostra pesquisa feita pela XP entre os dias 1 e 9 de setembro, com 17 gestores de FIIs.

Segundo o levantamento, o percentual de entrevistados que consideram os FIIs negociados atualmente a um valor justo subiu de 61%, no último mês, para 88%, em setembro. Já a fatia de investidores que veem os fundos ainda baratos recuou de 39% para 12%.

Após cair 2,6% em julho, o Ifix, índice que acompanha os FIIs negociados na B3, voltou a subir em agosto, com alta de 1,8%. No acumulado do ano, contudo, o desempenho ainda é negativo, em 12,7%, até 10 de setembro.

Devido ao forte impacto da pandemia, que continua a penalizar em especial os fundos de shopping centers e de lajes corporativas, 59% dos entrevistados esperam que os fundos imobiliários retomem o patamar pré-crise entre um e dois anos, frente ao total de 32% anteriormente.

O movimento mostra uma mudança em relação aos 65% que estimavam, em agosto, uma retomada em menos de um ano – percentual que caiu para 41% no levantamento deste mês.

De acordo com a pesquisa da XP, a maior parte dos gestores (53%) vê o Ifix encerrando o ano com uma valorização de 1% a 10%, o que mostra uma leve queda em relação à fatia de 58% dos entrevistados com essa resposta anteriormente.

Houve ainda aumento nas apostas de um desempenho estável, ou de uma queda de até 10% do benchmark, de 13% para 18%, e de 23% para 29%, respectivamente.

Hoje, as maiores oportunidades na indústria, considerando os preços nos patamares atuais, estão concentradas nos segmentos de shopping centers, para 47% dos entrevistados, e de lajes corporativas, segundo 35% dos gestores.

A fatia dos que dizem ver as maiores oportunidades em galpões logísticos, contudo, caiu de 13% para 6%.

O levantamento também mostrou que cresceu a preocupação entre os gestores com relação à instabilidade política, de 3% para 18%. A desaceleração econômica, contudo, lidera os principais riscos apontados pelos entrevistados para a indústria de FIIs neste ano, com 65% das respostas.