O mundo precisa fazer mais para reduzir o ônus da dívida enfrentado por países de baixa renda, a fim de evitar que eles entrem em um ciclo de pobreza e desespero, disse o papa Francisco nesta quarta-feira (5).
Os níveis da dívida global atingiram um recorde de US$ 313 trilhões em 2023, com as economias em desenvolvimento atingindo um novo pico na relação entre dívida e Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com um estudo divulgado neste ano.
Ao discursar em uma conferência no Vaticano sobre a emergência da dívida no sul global, o papa Francisco disse que o problema está causando “miséria e angústia” para milhões de pessoas em todo o mundo.
“Para tentar quebrar o ciclo de financiamento da dívida, é necessário criar um mecanismo multinacional que leve em conta a natureza global do problema e suas implicações econômicas, financeiras e sociais”, disse.
Em 2020, os países do G20 concordaram com uma “estrutura comum” para facilitar o processo de reestruturação da dívida e ajudar países pobres a se reerguerem, mas o progresso tem sido lento.
A Zâmbia levou quase quatro anos para sair da inadimplência, o que deixou algumas lições difíceis para os países mais ricos sobre o desempenho de seu tão alardeado plano de alívio da dívida.
No momento, não existe uma lei internacional abrangente que regule as falências internacionais.
“A ausência desse mecanismo favorece a mentalidade do ‘cada um por si’, em que os mais fracos sempre perdem”, disse o papa.
“Nenhum governo pode exigir moralmente que seu povo sofra privações incompatíveis com a dignidade humana”, acrescentou.
A Igreja Católica deve realizar um Ano Santo, ou Jubileu, em 2025 — um dos momentos mais importantes do calendário católico — e o papa já pediu aos países ricos que marquem o evento oferecendo alívio da dívida aos países pobres.
Por InfoMoney