*Por Claudio Zanão, presidente-executivo da Abimapi
Vivemos um momento histórico na indústria de alimentos. A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser uma promessa distante para se tornar parte ativa da transformação que está redefinindo a forma como produzimos, distribuímos e nos relacionamos com os alimentos. Se há alguns anos a IA era sinônimo de inovação futurista, hoje ela está presente nas linhas de produção, nos departamentos de pesquisa e desenvolvimento e, cada vez mais, nas estratégias de negócio das empresas do setor.
Na Abimapi, temos acompanhado com atenção — e entusiasmo — o impacto dessa tecnologia nos segmentos que representamos: biscoitos, massas, pães e bolos industrializados. Trata-se de um movimento que vai muito além da automação. Estamos falando da capacidade de prever comportamentos de consumo, testar produtos em tempo recorde, otimizar processos logísticos e criar soluções mais personalizadas e sustentáveis. Em um setor competitivo e altamente sensível a tendências de mercado, a IA se tornou uma aliada estratégica.
A partir do cruzamento de grandes volumes de dados, algoritmos inteligentes conseguem identificar padrões que antes passariam despercebidos. Isso significa, por exemplo, desenvolver um novo sabor de biscoito com maior chance de aceitação, ajustar o perfil nutricional de um produto para atender demandas específicas, ou ainda prever variações de demanda regional com maior precisão — reduzindo desperdícios e aumentando a eficiência.
Mas a aplicação da IA vai além do produto final. Ela também está presente na melhoria da rastreabilidade dos ingredientes, na análise de desempenho de canais de venda e na gestão de estoques com maior controle. Tudo isso contribui diretamente para o aumento da competitividade, algo essencial para as empresas brasileiras que desejam manter — e ampliar — sua relevância tanto no mercado interno quanto internacional.
Em um artigo para o Anuário 2025 da Abimapi, a cientista de alimentos Kantha Shelke, referência internacional em inovação, seu artigo, compartilha cases e perspectivas sobre como a IA está moldando o futuro da indústria alimentícia no mundo, com soluções aplicáveis também à realidade brasileira.
Ao mesmo tempo em que nos encantamos com os avanços tecnológicos, precisamos manter o olhar atento à responsabilidade que vem com eles. A IA é uma ferramenta poderosa, mas seu valor real está na forma como a utilizamos. Ética, sensibilidade ao consumidor e compromisso com a qualidade continuam sendo indispensáveis. A tecnologia não substitui o olhar humano, mas pode — e deve — ampliar nossas capacidades.
Na Abimapi, entendemos que nem todas as empresas têm acesso imediato às ferramentas mais avançadas. Por isso, reforçamos nosso papel como ponte entre conhecimento e prática, facilitando o acesso a informações, capacitações e parcerias que tornam a inovação mais acessível. Nosso compromisso é com o fortalecimento coletivo do setor.
A inteligência artificial representa uma nova era para a indústria de alimentos. Uma era que exige mente aberta, disposição para aprender e coragem para evoluir. Os ganhos em eficiência, personalização, sustentabilidade e competitividade já são visíveis. Cabe a nós, como lideranças e profissionais do setor, aproveitar esse momento com estratégia e responsabilidade.
O futuro da alimentação está cada vez mais inteligente — e ele começa agora. Vamos juntos?
*Por Claudio Zanão, presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados (Abimapi)
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Sobre a Abimapi
Uma das maiores associações alimentícias do país, a Abimapi representa mais de 90 empresas que detêm cerca de 80% do setor e geram mais de 260 mil empregos diretos. Só no Brasil, responde por um terço do consumo de farinha de trigo. Sua missão é fortalecer e consolidar as categorias de biscoito, macarrão, pão e bolo industrializados nos cenários nacional e internacional.