Fundador da Tesla e da SpaceX e homem mais rico do mundo, Elon Musk ofereceu nesta quinta-feira (14) comprar 100% do Twitter (TWTR34) por US$ 54,20 por ação, em um negócio que avalia a rede social em mais de US$ 43 bilhões (cerca de R$ 200 bilhões na cotação atual).
Os papéis da rede social chegaram a subir 12% nas negociações de pré-mercado, após a divulgação da proposta, mas reduziram a alta para menos de 3% e eram negociadas a US$ 47,16 por volta das 11h na NYSE (New York Stock Exchange).
O fundador da Tesla e da SpaceX afirmou que esta é sua “melhor e última oferta”. “Se não for aceita, precisarei reconsiderar minha posição como acionista.”
Musk revelou no dia 4 que havia comprado uma participação de 9,2% na gigante da mídia social, se tornando o maior investidor da empresa, o que fez com que as ações do Twitter subissem 27% em um dia (a maior alta diária já registrada).
No dia seguinte, o Twitter anunciou nomearia Musk para o conselho de administração da empresa e as ações subiram mais 5,89%. Mas o bilionário recusou o convite na segunda-feira (11).
Em um comunicado, a empresa afirmou que “recebeu uma proposta não solicitada e não vinculativa de Elon Musk para adquirir todas as ações ordinárias em circulação da empresa” e que “analisará cuidadosamente a proposta para determinar o curso de ação que acredita ser do melhor interesse da empresa e de todos os acionistas do Twitter”.
Liberdade de expressão
Homem mais rico do mundo, Musk afirmou na carta ao presidente da rede social que empresa precisa fechar capital porque “não pode prosperar nem servir” à liberdade de expressão em seu estado atual. “O Twitter precisa ser transformado como uma empresa privada”.
O fundador da Tesla e da SpaceX é usuário assíduo da rede social e tem mais de 80 milhões de seguidores. Musk é atualmente o homem mais rico do mundo e tem uma fortuna estimada em US$ 219 bilhões segundo a Forbes.
‘Há muitas questões em aberto’
Para José Augusto Albino, sócio-fundador da Catarina Capital, há muitas questões em aberto na oferta de Musk, como o preço abaixo do usual, as intenções do bilionário em relação à empresa, a reação do conselho e dos acionistas do Twitter e até mesmo possíveis entraves jurídicos.
“A partir de agora não tem como: ou a empresa se vende para o Musk ou um terceiro, ou então vai precisar apresentar para o mercado um plano arrojado, muito diferente do que está fazendo”, afirma o sócio-fundador da Catarina Capital.