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Após um forte rali desde outubro do ano passado, acentuado neste início de 2021, o Bitcoin passa nesta terça-feira (23) por uma forte correção, perdendo cerca de US$ 10 mil de valor nas últimas 48 horas.

Às 13h (horário de Brasília), a maior criptomoeda do mundo tinha perdas de 5,84% no acumulado de 24 horas, cotada a US$ 49.220, após chegar a superar os US$ 58 mil no último domingo. Em reais, as perdas são de 9,94%, para R$ 265.894.

O movimento é tido como uma correção diante da rápida valorização do Bitcoin nos últimos meses. Mesmo com a queda de momento, a moeda digital ainda acumula ganhos de 360% em menos de cinco meses, sendo 70% de alta apenas este ano.

Este movimento positivo desde o fim de 2020 foi sustentado principalmente pela entrada de investidores institucionais, grandes empresas que passaram a apoiar e adotar o Bitcoin em seus negócios, como o PayPal, Mastercard, Tesla e o banco BNY Mellon.

A queda também coincidiu com as falas da secretária de Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, na segunda-feira, dizendo que o Bitcoin é uma “forma extremamente ineficiente de conduzir transações” e fazendo uma alerta sobre seu uso em atividades ilícitas.

Ela também comentou sobre o impacto da criptomoeda no meio ambiente, lembrando do grande uso de energia elétrica no processo de mineração, em que se criam novas moedas.

Por meio de computadores com grande poder de processamento, os chamados mineradores usam as máquinas para resolverem problemas matemáticos e assim conseguem confirmar as transações feitas com bitcoins e criando novas unidades do ativo. Segundo dados da Universidade de Cambridge, o Bitcoin hoje consome mais energia que todo o Paquistão.

Yellen também alertou sobre os riscos para os investidores de varejo que compram Bitcoin. “É um ativo altamente especulativo e você sabe que as pessoas devem estar cientes de que pode ser extremamente volátil e eu me preocupo com as perdas potenciais que os investidores podem sofrer”, disse a ex-presidente do Federal Reserve.

Na semana passada, o Bitcoin chegou a superar o nível de US$ 1 trilhão em valor de mercado (quando se multiplica o valor unitário pela quantidade de bitcoins em circulação), e no fim de semana, o CEO da Tesla, Elon Musk, que é um grande entusiasta da criptomoeda, chegou a dizer que seu valor “parecia alto”.