Aumenta a pressão para demissão de ministro da Educação

As declarações do ministro da Educação, Abraham Weintraub durante a reunião ministerial de 22 de abril, que definiu os ministros do Supremo como “vagabundos” e que gostaria de botá-los “na cadeira fez com que ele se tornasse alvo para um processo por parte do STF, onde será avaliada a possibilidade de representar contra o ministro na Procuradoria-Geral da República (PGR).

No domingo (24/5), Weintraub utilizou as redes sociais para se defender dos ataques. “Tentam deturpar minha fala para desestabilizar a nação. Não ataquei leis, instituições ou a honra de seus ocupantes. Manifestei minha indignação, liberdade democrática, em ambiente fechado, sobre indivíduos. Alguns, não todos, são responsáveis pelo nosso sofrimento, nós cidadãos.”

Ainda nesta segunda-feira (25) 0 Ministério Público Federal deverá abrir um inquérito contra o Ministro pelo crime de racismo, por suas declarações contra os povos indígenas e sua afirmação de que “odeia” e se refere aos “povos indígenas” e “povo cigano”. De acordo com o relator do inquérito em tramitação no STF, o ministro Celso de Mello destacou que “essa gravíssima aleivosia perpetrada por referido ministro de Estado, consubstanciada em discurso contumelioso e aparentemente ofensivo ao patrimônio moral dos ministros da Suprema Corte brasileira

Demissão

A avaliação de que seria recomendável a Bolsonaro demitir Weintraub também é compartilhada no Congresso, inclusive, por parlamentares da base governista.

O vice-líder do governo no Senado, Chico Rodrigues (DEM-RR), reclamou que o ministro da Educação age “sempre de forma despropositada” e abusa de “arroubos de oratória”.

Também vice-líder do governo no Senado, Elmano Férrer (Podemos-PI) reclamou que Weintraub tenha sido “muito intempestivo” no encontro ministerial.

Repúdio

O Memorial JK divulgou uma nota em que repudia os comentários do ministro da Educação na reunião ministerial. “Declarações que, além de agredirem Brasília e os seus cidadãos, demonstram profundo desconhecimento da história do país e da importância da nova capital para a integração nacional e o desenvolvimento econômico e social do Centro-Oeste e do Norte do Brasil. Desrespeita ainda os mais de 2 milhões de brasilienses que vivem, trabalham, pagam impostos e geram riquezas neste magnífico quadrilátero que temos a honra de chamar Brasília”, disse.