As empresas são organismos dinâmicos, autônomos e vivos. São, como nós, sujeitas aos impactos vindos do macroambiente. Quando o mundo fora da empresa não traz grandes emoções, o líder se concentra no ambiente interno e faz a engrenagem avançar apenas potencializando o time. Boa parte dos CEOs conseguem isso. Mas, em momentos de turbulências e incertezas, como os que estamos vivendo, quando o “bicho pega”, os verdadeiros líderes se apresentam, surgem e ocupam o espaço, não por ambição, mas pela legitimidade.
Líder que é líder entende o momento e vê, na tensão, oportunidade. Nem sempre é o CEO que ocupa este lugar, mas alguém que é içado pela circunstância; alguém que, intuitivamente, vai além de chefiar. Estou convencido que é uma questão de atitude: é menos preparo e mais coragem, combinado com instinto.
Talvez tenha mesmo um traço “animal”, competitivo e caçador. Quando toda esta energia de líderes reais se apresentam e encontram uma camada de sensibilidade no trato com as pessoas, o cara (ou a cara) fica gigante. Não tem pra ninguém. Neste momento estamos diante de um legítimo líder inspirador. Reconhece quem sabe e pode, mas também cuida de quem pode, mas ainda não sabe. Capacita, dá o incentivo e orienta. Não necessariamente nesta ordem, mas o conjunto está sempre presente e o resultado é que o time se alinha, se empolga e transforma a tarefa difícil em possível, o impossível, em difícil.
Em alguns casos, o milagre empresarial também acontece. Este líder faz a diferença e enche as organizações de ânimo, cuidadosa e diariamente. O Brasil tem produzido bons líderes no mundo dos negócios privados. Gostaria de ver isso acontecer no lado público também, é vital para que tenhamos as reformas necessárias e, mais do nunca, uma questão de sobrevivência. A crise trazida pela pandemia vai acabar e os líderes verdadeiros vão ficar.