O Brasil conta com 9,7 milhões de deficientes auditivos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Partindo desse princípio, três estudantes gaúchos inovaram e criaram a primeira plataforma para auxiliar quem não conhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) a se comunicar. O app Charles Tradutor foi idealizado e está sendo concluído por Anderson Maia e Virgilius Santos, estudantes de computação na PUC-RS, e Luisa Scaletsky, estudante de design na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
“Basta executar os sinais em frente à câmera que a tradução aparece por escrito na tela”, comenta Luisa Scaletsky. Para aprimorar o conteúdo e o modelo de aprendizagem, os estudantes criaram uma área no app para que os usuários possam enviar vídeos com sinais para complementar o banco de dados do Charles Tradutor, sendo recompensados pela ajuda.
A ferramenta desenvolvida pelos estudantes tem como objetivo estimular a comunidade surda a buscar por sinais conhecidos, para que o próprio aplicativo faça a tradução, ajudando na comunicação e na escrita. “Existem diversos softwares que fazem a tradução de português para Libras, porém, não existem programas que façam o contrário”, comenta Luisa.
Segundo relato dos estudantes, no dia a dia, as pessoas com deficiência encontram dificuldades de inclusão, principalmente quando se deparam com a necessidade de escrever. “Nossa ideia foi criar uma plataforma colaborativa, para que a comunidade surda possa filmar seus sinais e receber a tradução por escrito”, comenta Luisa.