Os jovens brasileiros, de 18 a 25 anos, lideraram a abertura de MEIs ligadas ao setor do comércio em 2018. De acordo com estudo da Serasa Experian, sobre o perfil dos consumidores que se tornaram microempreendedores individuais, entre janeiro e setembro do ano passado, este grupo representou a maior parte (20,3%) do total de formalizados no comércio (405.296).
Considerando todos os brasileiros que viraram MEIs no mesmo período, os jovens responderam por 18,2% e só ficam levemente atrás daqueles com faixa etária de 41 a 50 anos (18,8%). Este grupo de meia idade lidera a criação de MEIs com atuação na indústria (20,3%) e em serviços (19,2%). Segundo o vice-presidente de Micro, Pequenas e Médias Empresas da Serasa Experian, Victor Loyola, a opção dos jovens pelo comércio e das pessoas de 41 a 50 pela indústria tem forte ligação com a natureza das atividades.
“Normalmente, conduzir uma microempresa ligada ao comércio costuma ser menos complexo e pode não demandar grandes investimentos, já que o empreendedor pode trabalhar com estoque mínimo, na compra e revenda, aumentando seu capital de giro aos poucos. Já a indústria, pode exigir um perfil de vida mais experiente e certa disponibilidade de capital, obtidos com trabalhos anteriores, para investir em equipamentos e infraestrutura. Características muito semelhantes servem para o segmento de serviços”, diz Loyola.
Com forte influência do baixo dinamismo econômico e estagnação do mercado de trabalho com carteira assinada, o número de novos microempreendedores individuais cresce a cada dia. No acumulado de janeiro a setembro, 1.585.542 MEIs de todos os setores nasceram no país, registrando um recorde histórico. Em relação ao mesmo período do ano passado, o aumento registrado é de 16,7%.
“O resultado reafirma como o fenômeno do ‘empreendedorismo por necessidade’ ganhou força e prevaleceu entre os brasileiros que buscaram na criação de micronegócios uma fonte de renda alternativa, em meio a um cenário de recessão, acrescenta Loyola.
Embora o Sul do país esteja em segundo lugar na participação total, esta foi a região que apresentou a maior evolução (19,2%) no total de microempreendedores individuais abertos entre janeiro e setembro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2017. O Sudeste, que representa 53,3%, teve o segundo maior crescimento (18,2%).