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O presidente da Polônia, Andrzej Duda, conquistou mais cinco anos no poder com uma plataforma profundamente conservadora depois de uma eleição muito disputada que provavelmente aprofundará o isolamento do país na União Europeia.

Resultados quase definitivos da eleição presidencial o mostram com mais de 51% dos votos, o que lhe dá uma vantagem inatacável sobre o prefeito de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, que obteve quase 49% das urnas, disse a Comissão Nacional Eleitoral.

Duda é aliado do partido nacionalista governista Lei e Justiça (PiS), e sua vitória autorizará o governo a buscar reformas do Judiciário e da mídia que a Comissão Europeia, o Executivo do bloco, diz subverterem valores democráticos.

“Não quero falar em nome da equipe de campanha, mas acho que esta diferença é grande o suficiente para termos que aceitar o resultado”, disse Grzegorz Schetyna, ex-líder do grupo de oposição Plataforma Cívica, que apoiou Trzaskowski.

Apoiado pelo PiS, Duda realizou uma campanha agressiva, com toques de linguagem homofóbica, ataques contra a mídia privada e acusações segundo as quais Trzaskowski serve a interesses estrangeiros ao invés da Polônia. Trzaskowski refutou as acusações.

O triunfo de Duda abre caminho para novos embates entre o país e a Comissão Europeia enquanto a UE tenta lidar com o golpe econômico da pandemia de Covid-19 e a ascensão do nacionalismo no bloco de 27 membros.

Antes do PiS e de Duda chegarem ao poder, em 2015, a Polônia tinha um dos governos mais pró-Europa do antigo leste comunista do bloco, mas vem se tornando cada vez mais hostil, criando divisões sobretudo em relação à mudança climática e à imigração, além das normas democráticas.

Prefeito de Varsóvia desde 2018, Trzaskowski disse que buscaria uma Polônia mais tolerante se fosse eleito. Ele criticou a retórica do PiS, prometendo abolir o canal de notícias estatal TVP Info, que críticos dizem dar atenção excessiva a Duda em sua programação.

Mas para muitos conservadores religiosos da nação predominantemente católica, ele passou a representar ameaças aos valores tradicionais ao prometer adotar a educação a respeito dos direitos LGBT nas escolas da cidade.

“É o que populistas fazem com muita eficiência. Você identifica o inimigo e se concentra em combatê-lo. Isto é o que foi usado nesta campanha, o medo dos outros”, opinou Anna Materska-Sosnowska, cientista política da Universidade de Varsóvia.

Fonte: Reuters