O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suspendeu as restrições aos métodos controversos de caça a ursos e lobos impostos por seu antecessor, Barack Obama.
Técnicas que incluem o uso de lanterna para ofuscar a visão dos animais, iscas em armadilhas, abate de animais adultos e crias em períodos de hibernação e utilização de bombas contra as espécies, têm sido amplamente criticadas por ambientalistas, embora sejam frequentemente usadas pelos povos indígenas para subsistência.
O Alasca até levou o caso a tribunal, argumentando que a proibição invadiu o estilo de vida de seus residentes e afetou sua capacidade de alimentar suas famílias.
“Encontrar meios de subsistência no próprio meio ambiente é parte integrante da vida rural no Alasca”, disse Eddie Grasser, diretor da Alaska Wildlife Conservation, ao New York Times no mês passado, observando que a maioria dos assentamentos no estado do Ártico ficam isolados a maior parte do ano.
“Esses métodos que incomodam tanto as pessoas, e eu entendo o porquê e o mal-entendido, são usados por pessoas que precisam sobreviver”, acrescentou, descartando que sejam usados por caçadores clássicos ou em safáris.
No entanto, muitas organizações de conservação e proteção de animais condenaram a decisão de Trump, que colocou os interesses econômicos acima das espécies e cedeu a grupos de pressão.
“O governo Trump caiu para um novo nível em termos de tratamento da vida selvagem”, disse Jamie Rappaport Clark, presidente da ONG Defenders of Wildlife.
“Permitir que animais adultos e seus filhotes sejam mortos em suas tocas é bárbaro e desumano”, acrescentou.
O filho do presidente, Donald Trump Jr., é praticante de caça e já viajou várias vezes para o Alasca.
No início de 2020, o grupo de lobby do Safari Club, dedicado a “proteger a liberdade de caça” e advogando pelo levantamento de restrições no Alasca, organizou uma loteria na qual o principal prêmio era uma expedição ao Alasca com Donald Trump Jr.
Fonte: AFP – Foto: © Don EMMERT