(Crédito: Marcelo Cabral JR (Agência Brasil)
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), medidor oficial da inflação no país, foi de 0,30% em janeiro, 0,46 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada em dezembro (-0,16%). Este é o menor resultado para janeiro desde a implantação do Plano Real, em 1994. Em janeiro de 2018, a taxa foi de 0,39%. Os dados foram divulgados hoje (23) pelo IBGE.
O grupo Alimentação e bebidas teve a maior variação (0,87%) e o maior impacto (0,22 p.p.) no índice. Contribuíram para esse resultado a aceleração dos preços das frutas, que passou de 1,12% (dezembro) para 6,52% em janeiro, e das carnes, de 0,92% para 1,72%. Outros itens importantes no consumo familiar, como cebola (17,50%) e batata-inglesa (11,27%) também tiveram altas expressivas, embora tenham desacelerado em relação a dezembro, quando subiram 34,16% e 17,80%, respectivamente.
Os setores de Transportes (-0,47%) e Vestuário (-0,16%), por sua vez, tiveram deflação de dezembro para janeiro. A gasolina (-2,73%) caiu pelo segundo mês consecutivo e teve o maior impacto individual no índice: -0,12 p.p. Com exceção da região metropolitana de Salvador, que teve alta de 2,38% nesse combustível, as demais áreas apresentaram quedas que variaram entre -5,99% (Fortaleza) e -1,38% (Goiânia). Os preços do etanol (-1,17%) e do óleo diesel (-3,43%) também caíram, contribuindo para o resultado de -2,40% do grupamento dos combustíveis.
As passagens aéreas (-3,94%) também tiveram queda em janeiro, frente à alta de 29,61% em dezembro. Já as tarifas dos ônibus tiveram aumento de 2,63% (interestaduais), 1,12% (intermunicipais) urbanos (1,04%). A alta foi consequência da variação em Belo Horizonte (4,94%), que refletiu o reajuste de 11% no valor da passagem, a partir de 30 de dezembro, e em São Paulo (2,00%), onde o reajuste foi de 7,5%, desde 7 de janeiro. Ainda em São Paulo, também houve reajuste de 7,5% nas tarifas de trem (0,75%) e de metrô (0,75%), ambas a partir de 13 de janeiro. No Rio de Janeiro, destaca-se o reajuste médio de 4,26% no valor das tarifas de táxi (1,87%), a partir de 1º de janeiro de 2019.
Outros grupos que tiveram variação foram Comunicação (0,06)%,Habitação (0,08%), Educação (0,31%), Despesas Pessoais (0,43%), Artigos de residência (0,58%) e Saúde e cuidados pessoais (0,68%).
Quanto aos índices regionais, apenas a região metropolitana de Curitiba (-0,08%) teve deflação. Esse resultado ocorreu, principalmente, devido às quedas da gasolina (-3,55%) e da energia elétrica (-1,39%). O maior índice foi o da região metropolitana de Salvador (0,80%), em função de altas das frutas (10,10%) e das carnes (4,60%).