Para Katia Repsold – que está com 94% do seu time de colaboradores em home office – “Este é um momento em que a resiliência das empresas vai ditar o seu futuro, por isso, desde o início da crise provocada pela pandemia, a empresa criou um Comitê de Crise para coordenar as ações e seguir seus resultados.
Adriano Pires comentou “Sem um entendimento entre os agentes do setor de gás natural da importância de todos os segmentos da cadeia de gás não teremos um crescimento sustentado da participação do gás na matriz energética brasileira”
OPINIÃO – AS PERSPECTIVAS DO GÁS NATURAL COM A PANDEMIA.
Marise Grinstein – Diretora de Novos Negócios e Consultora de Energia no LIDE RIO de janeiro
Nos últimos anos, a exploração do gás natural tem ganhado bastante relevância no cenário mundial, dada a sua importância não só para a economia, mas também pelo baixo impacto ambiental.
A cadeia do gás natural apresenta as seguintes etapas principais: I – Upstrean: Exploração e Produção, Escoamento e Processamento, II – Midstrean: Transporte, III – Downstrean: Distribuição e Venda para o Consumidor final.
A Exploração e Produção pode ser “onshore” ou “offshore”. No método de produção onshore, a exploração é realizada em terra firme, no continente e a produção é de gás apenas. Por outro lado, na modalidade offshore – como é o caso do nosso Pré-sal, os campos ficam afastados, em média, 300 km da costa brasileira, com as estruturas de extração localizadas em alto mar.
A etapa seguinte, o Escoamento, o gás produzido é transportado por gasodutos de escoamento até a UPGN – Unidade de Processamento de Gás Natural, onde ele é processado e especificado.
Já na fase de Transporte, opera-se a condução do gás processado por meio de gasodutos de transporte que o levam até o “City Gate“, ponto de conexão definido pela ANP – Agência Nacional do Petróleo.
Após o “city gate”, ocorre a etapa da Distribuição, cuja prestação de serviço é monopólio dos Estados, e o gás é conduzido por gasodutos de distribuição para, por fim, ser vendido ao consumidor final.
Existe uma grande expectativa quanto à expansão do setor de Óleo e Gás (O&G) ao longo da próxima década, principalmente com a exploração dos campos do Pré-sal. Para que este potencial se concretize, e a produção do óleo seja viabilizada, será necessário dar destinação econômica ao gás associado ao óleo.
Ocorre que a queima do gás nas plataformas é proibida, e a reinjeção limitada, tornando necessários altos investimentos no setor.
Antes da Pandemia do COVID-19, a expectativa era de um aumento da produção líquida do gás natural de até 70%, nos próximos 10 anos, de acordo com a projeção da EPE – Empresa de Planejamento Energético.
O gás natural pode se tornar o principal combustível da Transição Energética no Brasil, com previsão de consumo em termoelétricas e indústrias de uso intensivo, considerando se tratar de fonte primária com grande disponibilidade e baixa emissão de CO2, apesar de tratar-se de combustível fóssil.
Na tentativa de construir um mercado de gás mais dinâmico, o Governo Federal lançou, em 2019, o programa “NOVO MERCADO DE GÁS“, em uma ação conjunta do Ministério da Economia (ME) e Ministério de Minas e Energia (MME).
Este programa, já com várias ações em andamento, possui 4 pilares básicos: Promoção da concorrência, Remoção de barreiras tributárias, Harmonização das regulações estaduais e Integração com o setor elétrico.
No âmbito estadual, o Rio de Janeiro privatizou a sua distribuição em 1997, sendo a Naturgy, antigas CEG e CEG RJ, a empresa concessionária pelo período de 30 anos.
O Rio de Janeiro, por meio da sua agência reguladora Agenersa, avançou com o processo de liberalização do gás natural, aprimorando a regulação para o denominado “Usuário Livre” – classe de consumidores que terão livre escolha do fornecedor da molécula, dentre outras possibilidades.
Estimular a concorrência permitirá o estabelecimento de um mercado líquido da molécula, diminuindo o seu custo e tornando os setores intensivos de gás – termoelétricas e indústrias – mais competitivos.
Quarentena no RIO DE JANEIRO ampliada. O cenário do avanço é crítico. As medidas de isolamento social na cidade do Rio iniciadas em 24 de março seguirão até o final de maio para preservar vidas.
A crise do coronavirus levou a busca de novas maneiras de fazer as coisas questionar antigas práticas.
Não há uma visão clara da longevidade e do tamanho da crise.
Na pandemia, os planos traçados foram estacionados. No primeiro momento, medidas de emergências foram realizadas. Grande parte das empresas já fez sua lição de casa, a começar pelo caixa. O cenário afetou as companhias de uma maneira impensável.
As empresas precisam traçar cenários e quais as medidas têm de adotar. E ter coragem para mudar rapidamente.
O que está sendo feito hoje pelas empresas fará a diferença para a vida toda.
Conhecimento passado não garante futuro. A tecnologia de agora trouxe cinco anos à frente ao momento atual.