Nova York dará 2,1 bilhões de dólares a imigrantes sem documentação

O estado de Nova York irá oferecer auxílio financeiro de até 15.600 dólares para os imigrantes não documentados afetados pela pandemia do novo coronavírus. O governo destinou cerca de 2,1 bilhões de dólares para um Fundo de Trabalhadores Excluídos e realizará pagamentos únicos aos necessitados. É esperado que o benefício possa ajudar 300 mil pessoas em todo o estado.

imagens-do-dia-20140327-076-original.jpeg© Jim Young/Reuters/VEJA imagens-do-dia-20140327-076-original.jpeg

Trabalhadores poderão se candidatar em dois níveis diferentes para ter acesso ao dinheiro. No nível 1, aqueles que conseguirem comprovar que possuem emprego e pagam recursos federais receberão o valor total de 15.600 dólares. Já o nível 2 é destinado para aqueles que não tiverem como comprovar que trabalhavam antes da pandemia, recebendo o total de 3.200 dólares.

A medida foi aprovada na Câmara de Nova York e faz parte de um grande orçamento de 212 bilhões de dólares que tem como objetivo impulsionar a economia do estado.

De acordo com o Instituto de Política Fiscal, cerca de 290 mil imigrantes terão acesso ao auxílio, sendo 213 mil só na cidade de Nova York. De acordo com o Pew Research Center, 725 mil imigrantes não documentados vivem em todo o território nova-iorquino.

Até o momento, imigrantes sem documentação foram deixados de lado em quase todos os programas governamentais de auxílio à população, seja em nível nacional ou estadual. Algumas famílias mistas – aquelas que possuem membros documentados e não documentados – conseguiram receber alguma quantia na terceira leva referente a março.

Apesar do plano de recuperação de 1,9 trilhão de dólares do presidente Joe Biden, milhares de pessoas só no estado de Nova York foram deixadas de lado. E é justamente nessa parcela da população que o novo coronavírus mais se espalha: um estudo epidemiológico realizado na Califórnia atestou que imigrantes hispânicos com idade entre 20 e 54 anos têm até 11 vezes mais chances de morrerem de Covid-19.

Organizações defensoras dos imigrantes realizaram uma série de protestos para a obtenção de algum auxílio, incluindo uma greve de fome que durou três semanas. O pedido inicial era de 3,5 bilhões de dólares em auxílio mais a inclusão de pessoas que foram presas recentemente, porém com o avançar das negociações os pedidos foram deixados de lado.

“Já foram 23 dias de fome e dor. Mas na verdade não foram apenas vinte e três dias. São décadas de dor, indiferença e negligência”, disse Ana Ramirez, trabalhadora sem documentos, a um jornal local.

No ano passado, o estado da Califórnia já havia criado um plano de ajuda similar, porém em uma escala bem menor. O governo ofereceu 75 milhões em assistência divididos em pagamentos que variaram de 500 a 1000 dólares. Cerca de 7,5% dos imigrantes não documentados no estado foram beneficiados.

*Com informações da Veja