A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) alcançou 91,2 pontos em dezembro de 2018, registrando alta de 4,2% em relação ao mês passado. Igualmente a fevereiro, esta é a maior taxa mensal alcançada desde 2010. Já na comparação anual, o aumento foi de 11,7%. Mesmo apresentando altas, o ICF permanece abaixo de 100 pontos desde maio de 2015, limite considerado de insatisfação.
O levantamento, apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que todos os subíndices do ICF variaram positivamente, com destaque para a alta do componente Momento para Duráveis (+11,1), seguido por Perspectivas de Consumo (+7,2%) e Profissional (+5,1%). Segundo o economista da CNC Antonio Everton, os juros em queda com inflação em baixa formam o cenário que dá suporte à maior disposição das famílias para o consumo.
De acordo com a entidade, o Nível de Consumo Atual cresceu 2,8% em relação a novembro. Na comparação anual, foi a alta mais significativa (+24,3%) dentre os subíndices do ICF. “O entendimento das famílias foi de que estão podendo comprar mais, efeito da economia em fase de crescimento e seus reflexos positivos sobre o mercado de consumo”, pontua o economista.
A pesquisa também aponta que os subindicadores Emprego Atual (114,4 pontos) e Renda Atual (104,6 pontos) ficaram acima de 100 pontos. Com variações positivas de 1,2% e 1,5%, respectivamente, esse aumento mostra que, no curto prazo, as famílias se apresentaram mais satisfeitas com o emprego corrente, assim como com o nível de renda atual.
Na comparação com dezembro de 2017, o indicador Renda Atual também apresentou crescimento de 12,2%, o que pode ser atribuído ao recebimento do 13º salário e dos recursos do PIS/Pasep. “A recuperação do mercado de trabalho tem repercutido diretamente no sentimento de que haverá melhora profissional nos próximos meses. Por conta disso, o subíndice Perspectiva Profissional alcançou 107,1 pontos, com tendência de elevação”, avalia Antonio Everton.
Regionalmente, o ICF revelou que as famílias do Sudeste demonstraram maior intenção de consumo tanto na variação mensal (+6,2%) quanto na anual (+14,2%). O indicador apresentou a segunda maior taxa mensal no Norte (+3,2%); enquanto o Nordeste revelou a segunda maior variação anual (+13,2%).