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Mais de 1.500 funcionários do Google assinaram uma petição contra a demissão da cientista de inteligência artificial Tinnit Gebru.

A cientista, que é negra, foi demitida na última 4ª feira (2.dez.2020) após enviar e-mail interno acusando o Google de “silenciar vozes marginalizadas”.

Até o momento, além dos funcionários da empresa, cerca de 2.200 acadêmicos e profissionais da indústria de tecnologia colocaram seus nomes no abaixo-assinado. Eis a íntegra, em inglês (7 MB).

De acordo com Gebru, o e-mail foi enviado para uma lista interna chamada “Google Brain Women Allies”. Na mensagem, a cientista criticou a maneira como eram conduzidos os esforços da empresa por inclusão e diversidade.

Ela questionou se os chefes da empresa revisavam seu trabalho com mais rigor do que o de pessoas de outras origens. Em sua conta no Twitter, a cientista afirmou que enviou a mensagem após ter um artigo acadêmico censurado. O texto, segundo ela, afirmava que as empresas de tecnologia poderiam se empenhar mais para que os sistemas de inteligência artificial não reforcem preconceitos históricos.

De acordo com comunicado publicado por Jeff Dean (íntegra – 73 KB), chefe do departamento de inteligência artificial do Google, o artigo foi vetado por não ter sido entregue à empresa para revisão em tempo hábil. Ele afirma que o texto foi apresentado em uma conferência sem permissão.

“Nada como um bando de homens brancos privilegiados tentando esmagar a pesquisa feita por comunidades marginalizadas para comunidades marginalizadas, ordenando-lhes que PAREM, com ZERO de conversa. O nível de desrespeito é incrível”, respondeu Gebru, em publicação no Twitter.

Ela afirmou na rede social que o Google a retirou de seus sistemas sem avisá-la. Seu chefe direto, Samy Bengio, publicou texto no Facebook criticando a demissão. Ele disse que sequer foi avisado da decisão da empresa de desligar Gebru.

“Queria dizer que fiquei atordoado com o que acabou de acontecer com o Timnit Gebru, que esteve na minha equipe até há alguns dias atrás. Eu sempre fui e continuarei sendo defensor do seu trabalho científico para garantir que a inteligência artificial seja uma força positiva para as minorias”, escreveu Bengio.

*Com informações do Poder 360º