Dólar opera em queda após sete altas seguidas

O dólar abriu em queda nesta sexta-feira (24), após ter fechado em alta por 7 pregões consecutivos.

Às 9h06, a moeda norte-americana caía 0,66%, vendida a R$ 4,0949.

Na véspera, o dólar fechou em alta de 1,71%, a R$ 4,1222, no maior patamar em quase 3 anos. A última vez que o dólar havia fechado acima de R$ 4,12 foi em 23 de setembro de 2015 (R$ 4,1455), segundo o ValorPro. O dólar turismo, sem a cobrança de IOF, fechou a R$ 4,30. Nas casas de câmbio, porém, a moeda chegou a ser negociado acima dos R$ 4,50.

Desde o início do ano, a moeda norte-americana acumula avanço de mais de 24%. A tendência de alta, que havia perdido fôlego a partir de junho, voltou em agosto em meio às incertezas eleitorais e ao cenário externo menos favorável, fazendo o dólar saltar do patamar de cerca de R$ 3,70 para o atual de R$ 4.

O que tem feito o dólar subir

A disparada do dólar, que voltou a romper a barreira dos R$ 4 após 2 anos e meio, acontece em meio às incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que faz aumentar a procura por proteção em dólar. A elevação dos juros nas economias mais desenvolvidas e a piora das tensões comerciais entre os Estados Unidos e outras potências também tem ajudado a desvalorizar o real e outras moedas emergentes, de países como Turquia e Argentina.

Investidores têm comprado dólares em resposta a pesquisas que mostram uma fraqueza de candidatos voltados a reformas alinhadas com o mercado. Além disso, o nervosismo gera maior demanda por proteção, o que pressiona o real. Exportadores, empresas com dívidas em dólar e turistas preocupados correm para comprar e ajudam a elevar o preço da moeda americana.

“É o conjunto da obra. Problemas lá fora, China e Estados Unidos, eleição no Brasil e ainda o fator especulação”, afirmou a Reuters o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

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