Bancos tradicionais perdem espaço no mercado de crédito para as fintechs

Segundo dados da consultoria Economatica, os quatro maiores bancos de capital aberto perderam US$ 26,9 bilhões em valor de mercado no mês de agosto. Em contrapartida, o número de fintechs apenas aumenta. Dados do Radar Fintechlab mostram que houve um aumento de 33% no número de fintechs entre o ano passado e este ano, passando de 453 para 604. De acordo com levantamento realizado pelo Sebrae com 3.020 micros e pequenas empresas, 20% já tiveram o pedido de empréstimo negado pelos bancos. Desse percentual, 21% afirmaram que a recusa ocorreu porque os bancos não tinham linhas específicas que atendessem suas necessidades. Entre 2016 e 2018, enquanto houve uma queda de 11% no saldo da carteira de crédito para as MPEs, já para as grandes empresas, passou de 57% para 65%, um aumento de 8%. De olho nesses clientes e atentos à inadimplência entre micros e pequenas empresas, pode-se dizer que o mercado de crédito para startups está bastante aquecido. Segundo pesquisa do Serasa Experian, as empresas que não conseguem sanar suas dívidas atingiram o patamar de 5,3 milhões, o maior já registrado em toda a série histórica. Muitas empresas solicitam linha de crédito sob a justificativa de ajustar o fluxo de caixa, a fim de prevenir problemas futuros, como calotes e até mesmo a falência. Mas também existem empresas que entram com pedido de empréstimo com o objetivo de investir em infraestrutura e tecnologia, visando a expansão das atividades. Porém, quando analisada a obtenção de crédito através do oligopólio formado pelos grandes bancos, constata-se que nem sempre uma empresa consegue o empréstimo com o valor que solicita, por exemplo. Constatada a existência de uma fatia de empresas desassistidas no país, as fintechs estão se posicionando como uma alternativa de empréstimo a juros mais acessíveis, como é o caso da EMBRAVI (Empresa Brasileira de Vigilância), situada em São Paulo. A empresa obteve crédito no valor de R$ 150 mil, utilizando-se desse recurso para equilibrar o seu fluxo de caixa. “Infelizmente, os bancos tradicionais não dão a devida importância às pequenas e, muitas vezes, até mesmo às médias empresas. Algumas delas têm potencial de crescimento e podem se estruturar e, ainda, retornar o empréstimo obtido”, ressalta Marcio Berger, CEO e cofundador da Peak Invest.