O aumento de 40% no preço do Gás Natural Veicular (GNV) nas bombas de postos de combustíveis, está afetando empresas que atuam na cadeia produtiva de equipamentos e instalação de kit para conversão GNV em veículos. Desde o início do mês, o metro cúbico passou de R$ 2,21 para R$ 3,20.
Segundo estimativas da Câmara GNV do Sindirepa-SP (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo), os prejuízos financeiros no setor, que reúne micro e pequenas empresas, podem chegar a R$ 100 milhões e provocar o fechamento de 700 postos de trabalho.
“Com o aumento, o custo baixo do GNV por km rodado em relação a outros combustíveis, como álcool e gasolina, diminuiu de 50% para 30%, e, portanto, os motoristas deixarão de optar pelo GNV”, prevê Claudio Torelli, membro da Câmara GNV do Sindirepa-SP.
Segundo ele, a elevação pode provocar um efeito devastador no mercado formado por oficinas homologadas e especializadas na instalação do kit gás nos veículos. Na visão do especialista, o mercado ainda nem se recuperou da crise de 2008 e sofre outro baque. “Naquela época, a estimativa da frota circulante de veículos com GNV no Estado de São Paulo era de aproximadamente 400 mil unidades, uma década depois esse número não é maior do que 120 mil veículos”, calcula.
Torelli explica que a retomada pelo uso do GNV por parte dos profissionais que trabalham ao volante começou a mexer com o mercado. “As empresas nacionais começaram a procurar por mão de obra qualificada, ampliaram seu portfólio, incrementaram suas linhas de produção e retomaram a produção de componentes do sistema GNV. Agora, a incerteza ameaça esse mercado, adverte.