Moscou, capital da Rússia, anuncia lockdown por causa da Covid-19

Moscou vai entrar em lockdown. A partir da próxima semana, escolas, lojas e restaurantes da capital da Rússia vão fechar em um dos mais rígidos bloqueios na cidade desde o início da pandemia da Covid-19. Autoridades municipais anunciaram a medida para conter a disseminação do novo coronavírus, já que as taxas de vacinação continuam baixas e os números de mortes e novos casos não param de aumentar.

Segundo dados do The New York Times, os casos relatados no país aumentaram em 33% nas últimas duas semanas, chegando a mais de 32.400 infectados. O jornal norte americano também aponta em seu levantamento a média de morte diárias de 983 pessoas por dia na última semana, tendo alguns dias que esse número ultrapassava 1.000. A taxa de vacinação também é bastante preocupante: 33% da população está vacinada, número inferior aos 37% da média global.

Na quarta-feira 20, o presidente Vladimir Putin declarou uma semana “sem trabalho” em todo país, de 30 de outubro a 7 de fevereiro, estendendo um feriado por vários dias. Mas as restrições anunciadas nesta quinta-feira 21, em Moscou são ainda mais rígidas: a partir de 28 de outubro, escolas e empresas não essenciais devem fechar suas portas segundo ordem do prefeito Sergey Sobyanin. Em um comunicado, ele disse que a disseminação do vírus havia ocorrido “no pior cenário” e que a capital russa estabeleceria, em breve, recordes diários para novos casos.

No início da pandemia, Moscou travou mais restrições do que muitos países ocidentais. Os russos foram proibidos de deixar seus apartamentos, a fazer compras em supermercados e farmácias, a comparecer a consultas médicas e passear com seus cachorros. Mas durante este ano, também suspendeu muitas medidas, antes mesmo de outros países europeus, um movimento que se tornou motivo de orgulho. Durante o verão, Moscou chegou a impor aos clientes de bares e restaurantes que fossem vacinados, mas não durou muito. A aplicação das regras de uso de máscara na Rússia também é negligente. Fora a hesitação da população em se vacinar, o que acabou gerando esse cenário caótico na capital russa.

*Por Simone Blanes/Veja