Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), disse que o segmento está em “estado terminal” e precisa de ajuda do governo para se manter.
“Os negócios, que já estavas colapsados, entram agora em estado terminal. Ninguém aguenta mais, a sensação é de desespero total”, disse Solmucci, de acordo com reportagem do site “R7”.
Os empresários do segmento aguardam que o governo anuncie o quanto antes a retomada do Programa de Preservação de Renda e do Emprego (BEm), encerrado em dezembro.
Eles esperavam que a medida fosse anunciada nesta terça-feira (30) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, o que não aconteceu. Sem o programa, 78% dos empresários já sinalizaram não ter condições de pagar os salários no dia 5 de abril, de acordo com pesquisa realizada pela associação.
O BEm permite às empresas reduzir a jornada de trabalho e o salário dos funcionários, sendo que o governo assume o complemento do valor. A medida, segundo a Abrasel, evitou milhões de demissões em 2020.
“Esse cenário é injusto e desastroso. Estamos falando de milhões de empregos e negócios dizimados por falta de acordo no governo. É dever do Estado intervir e proteger numa situação dessas. É preciso responsabilidade e empatia”, disse Solmucci.
O governo afirma que irá retomar, mas que precisa ter responsabilidade fiscal. “A Fazenda está avaliando isso conosco e, dentro dos próximos dias, teremos uma resposta”, disse o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco. O custo estimado para a nova fase do programa é de R$ 10 bilhões.
De acordo com a Abrasel, o setor que tinha 1 milhão de negócios e empregava diretamente 6 milhões de pessoas até março do ano passado. A pandemia do novo coronavírus, porém, levou ao fechamento de 350 mil estabelecimentos e ao fechamento de 1 milhão de postos de trabalho até fevereiro deste ano.
(*) Da redação da Menu