A temporada de resultados do quarto trimestre no Brasil começou com o pé direito, com os números da Cielo (CIEL3) animando os investidores e fazendo com que as ações saltem até 9,8% no início do pregão. A maior empresa de meios de pagamentos do país teve lucro líquido de R$ 298,2 milhões entre outubro e dezembro, aumento de 34,7% sobre um ano antes.
Os papéis da Eletrobras (ELET3;ELET6) registram ganhos de cerca de 2% após despencarem na véspera com a saída de Wilson Ferreira Jr. do comando da estatal de energia.
O contrato mais ativo do minério de ferro na bolsa chinesa de commodities de Dalian DCIOcv1 encerrou o pregão diurno com queda de 0,2%, a 1.041,50 iuanes (US$ 161,11) por tonelada, após ter chegado a tocar mais cedo uma mínima de duas semanas, de 1.015,50 iuanes. Os preços spot do minério de ferro na China foram negociados na terça-feira a US$ 167,50 dólares por tonelada, o menor nível desde 4 de janeiro, segundo a consultoria SteelHome.
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Cielo (CIEL3)
A Cielo teve aumento do lucro no quarto trimestre, com o foco no segmento mais lucrativo de pequenos clientes e uma política de redução de custos compensando os efeitos da queda de clientes e os prolongados efeitos da crise gerada pela Covid-19.
A maior empresa de meios de pagamentos do país abriu nesta terça-feira a temporada de balanços de empresas que fazem parte do Ibovespa reportando lucro líquido de R$ 298,2 milhões entre outubro e dezembro, aumento de 34,7% sobre um ano antes.
Em termos consolidados, que consideram resultados de outros acionistas, o lucro foi de R$ 362,8 milhões, alta anual de 26,5%. Foi a primeira alta trimestral do lucro da companhia no comparativo anual em dois anos.
Nesse contexto, a receita líquida da empresa somou de R$ 1,31 bilhão, redução de 1,5% ano a ano, “refletindo o cenário de forte competição, que vem pressionando preços e margens no segmento de varejo”, diz trecho do relatório.
Porém, a Cielo conseguiu reduzir em 13,5% seus gastos totais no comparativo anual, para R$ 1,077 bilhão. E a ênfase nos segmentos mais rentáveis compensou a queda de 10,8% na base ativa no ano, a 1,406 milhão de clientes, o que a empresa atribuiu à mudança na política de concessão de subsídios para terminais de captura na modalidade de venda, o que impactou principalmente as afiliações no segmento de empreendedores.
Assim, o resultado operacional da Cielo medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 768,2 milhões, aumento de 16% sobre o quarto trimestre de um ano antes, com a margem Ebitda subindo 3,2 pontos percentuais, para 25,4%. A empresa fechou o ano com liquidez total de R$ 4,2 bilhões, ante R$ 3,2 bilhões um ano antes.
Segundo o Credit Suisse, a Cielo reportou fortes resultados no quarto trimestre, com o lucro líquido superando o consenso em 47%. A melhoria do resultado final foi consequência de um melhor desempenho nas divisões Cielo Brasil e Cateno, uma vez que o crescimento da TPV, ou ou Volume Total de Pagamentos, mostrou uma nova recuperação e a empresa conseguiu implementar fortes iniciativas de redução de custos no trimestre. O resultado também é impulsionado por benefícios fiscais reconhecidos em sua operação nos Estados Unidos.
Os analistas avaliam que a queda de 14% nos custos operacionais como o destaque do trimestre, à medida que a empresa reportou gastos com vendas muito menores. Isso contribuiu para a alta da margem de lucro líquido a 15%, frente 10% no trimestre anterior e 8% no mesmo período do ano anterior.
O banco destacou a alta de 8% no volume total de pagamentos da Cateno, frente a alta de 1% no terceiro trimestre. Houve alta de 15% no volume de débitos na comparação anual. E cortes de 13% nos custos operacionais, em relação ao trimestre anterior.
O banco diz acreditar que os resultados podem ser um prenúncio de um ano de 2021 melhor para a Cielo, com melhoras em subsidiárias. Na avaliação do Credit, o maior risco para a Cielo é o fato de que a concorrência também está se preparando para disputar o mercado. O banco mantém avaliação neutra para a Cielo, com preço-alvo de R$ 4,80, frente os R$ 3,67 negociados na terça.
*Por Lara Rizério/InfoMoney