(Crédito: Ancham)
A CEO da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham Brasil), Deborah Vieitas, que acompanha a delegação do presidente Bolsonaro na visita aos EUA como uma das representantes do setor privado, acredita que o Brasil reúne todas as condições para conseguir resultados concretos de aproximação bilateral de comércio entre os dois países.
“Uma vez que temos dois presidentes que dão bastante ênfase ao desenvolvimento do setor privado, nossa expectativa é que se faça um bom programa de trabalho, com objetivos de curto, médio e longo prazos para que esse relacionamento, de fato, ganhe outra dimensão. Falo de uma agenda que traga bom impacto nas relações e não tenha uma complexidade tal que seriam necessários anos para se chegar a um resultado”, explica.
Na primeira semana de março, a CEO reuniu-se com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e levou as propostas de cooperação bilateral mais relevantes de suas 5 mil empresas associadas para o encontro. “Entendemos que esse momento exige um sincero desejo de fazer mais. Como representantes do setor privado, somos espectadores e ao mesmo tempo protagonistas: esperamos coisas boas e sabemos que temos espaço para ampliar a relação comercial e de investimentos com vantagens para ambos os lados”, avalia.
Hoje (18), a Amcham Brasil divulgará nos EUA, durante o Brasil Day in Washington, o relatório Brazil and the United States: A Roadmap to a Trade Agreement, sobre as possíveis etapas para um acordo de livre comércio. O documento foi feito em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a US Chamber.
Resultados de curto prazo
De acordo com a CEO, é muito provável que o governo brasileiro comece a dialogar com os Estados Unidos sobre um acordo de livre comércio ou mesmo um acordo de cooperação e facilitação de investimentos, iniciativas que requerem entendimentos e negociações que podem chegar a dois ou três anos para finalmente serem concluídos.
“Isso não quer dizer que o Brasil não tenha expectativas de curto prazo. Precisamos de medidas à curto prazo para trazer um novo fôlego de diálogo a relação e aquecer negociações para conquistas amplas e ambiciosas. A intenção de um acordo comercial pode até parecer em discurso dos dois presidentes, mas sabemos que ela é completamente dependente desse entusiasmo comercial e bilateral renovado à curto prazo”, comenta Deborah Vieitas.