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O setor de serviços no Brasil teve variação negativa de 0,3% frente a dezembro de 2018, na série com ajuste sazonal. Já no comparativo com janeiro de 2018, o volume de serviços subiu 2,1%, a maior taxa desde março de 2015 (2,3%). Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE.
Duas das cinco atividades pesquisadas tiveram queda. O setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio recuou 0,6% e o de serviços de informação e comunicação 0,2%.Juntos, os setores representam 63% do volume total de serviços pesquisados: com o primeiro registrando a segunda taxa negativa seguida, período em que acumulou perda de 1,0%; e o último devolvendo pequena parte do ganho acumulado entre setembro e dezembro de 2018 (2,9%).
De acordo com o gerente da pesquisa, Eduardo Lobo, a queda no setor de transporte deve-se, em boa parte, ao baixo desempenho das atividades de transporte rodoviário, dutoviário e de carga. Já os serviços de informação e comunicação sofreram impacto da menor receita na atividade de desenvolvimento e licenciamento de programas de computador, que é normal em início de trimestre.
As três atividades que apontaram expansão em janeiro foram: setores de serviços profissionais, administrativos e complementares (1,7%), o de outros serviços (4,8) e serviços prestados às famílias (1,1%).
Na comparação com igual mês do ano anterior, o volume do setor de serviços avançou 2,1% em janeiro de 2019, com expansão em quatro das cinco atividades monitoradas. A contribuição positiva mais relevante desse mês ficou com o ramo de serviços de informação e comunicação (3,4%), impulsionado, em grande medida, pelo aumento na receita das atividades de telecomunicações, de portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na Internet, de desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis e de consultoria em tecnologia da informação.
Os resultados positivos vieram dos serviços prestados às famílias (4,5%), de outros serviços (5,8%) e de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (0,9%), explicados, em grande parte, pelos incrementos de receita vindos das empresas do ramo de hotéis e de serviços de catering, bufê e outros serviços de comida preparada, no primeiro setor; de coleta de resíduos não perigosos de origem doméstica, urbana ou industrial e da administração de bolsas e mercados de balcão organizados, no segundo; e de transporte rodoviário de cargas, aéreo de passageiros e dutoviário, no último.
Os serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,5%) exerceram a única influência negativa sobre o índice, pressionados, sobretudo, pelo recuo da receita oriunda de atividades de assessoria e consultoria técnica às empresas, soluções de pagamentos eletrônicos, atividades jurídicas e transporte de valores.
Regionalmente, 14 das 27 unidades da federação assinalaram retração no volume dos serviços em janeiro de 2019, na comparação com o mês imediatamente anterior. Entre os locais com resultados negativos nesse mês, destaca-se São Paulo (-0,5%), que devolveu pequena parte do ganho de 2,8%, verificado entre agosto e dezembro de 2018. Em contrapartida, as principais contribuições positivas regionais vieram do Rio de Janeiro (1,8%), Mato Grosso (9,9%), Ceará (8,1%) e Bahia (3,7%), com o primeiro registrando a segunda taxa positiva seguida, período em que acumulou ganho de 5,8%; o segundo recuperando a forte retração observada em dezembro último (-9,4%); o terceiro recobrando integralmente a perda acumulada de 6,6% entre novembro e dezembro; e o último recuperando parcialmente a queda de 5,1% acumulada entre setembro e dezembro de 2018.