(Crédito: Unesp)
O temporal que começou na noite deste domingo (10) e se estende no dia de hoje (11) em São Paulo provocou alagamentos em diversos pontos da cidade, causando a morte de oito pessoas (confirmados até o momento), além de enorme prezuízo para os comerciantes da região. O quadro tem sido cada vez mais recorrente na cidade.
Projeções decorrentes de vários estudos indicam um aumento na frequência e intensidade destes eventos, anunciam que o número de dias com chuvas fortes deverá crescer até o final do século. Os paulistanos e os mais de 1 milhão de moradores dos municípios vizinhos que seguem diariamente a seus postos de trabalho na cidade de São Paulo terão que se preparar para esses eventos inevitáveis.
Cada ponto de alagamento formado na cidade de São Paulo após uma chuva forte provoca um prejuízo diário de mais de R$ 1 milhão. Esta é a conclusão do estudo “Economic Impacts of Natural Disasters in Megacities: The Case of Floods in São Paulo, Brazil”, realizado com dados de 2008 por Eduardo Amaral Haddad, professor titular do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), e por Eliane Teixeira dos Santos, mestranda em Teoria Econômica.
Os pesquisadores identificaram 749 pontos de alagamento na cidade. Pelo levantamento, as perdas anuais no âmbito do município chegam a quase R$ 336 milhões. E, com o espraiamento dos efeitos pelas longas cadeias de produção e renda, o prejuízo vai a mais de R$ 762 milhões em escala nacional.”Medimos apenas as perdas decorrentes das interrupções da produção, do comércio e dos serviços. Não computamos os gastos com danificação de edifícios, veículos e equipamentos; destruição de mercadorias, bens particulares e instalações públicas; atendimento à saúde das pessoas afetadas; e tantos outros”, sublinhou Haddad.
O estudo mostra que os alagamentos aumentam os custos das empresas instaladas em São Paulo e prejudicam sua competitividade nos mercados doméstico e internacional. “Os efeitos não são apenas locais, mas se estendem por meio de longas cadeias de produção e renda. Para avaliar todos os efeitos, é preciso considerar as interações internas e externas ao sistema urbano; e, dado o espraiamento dos efeitos, a busca por soluções requer a coordenação de esforços dos poderes municipal, estadual e federal.”