Ministra da Agricultura quer solucionar crise de produtores de arroz

 - REVISTA MAISJR

A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) se reuniu com representantes da cadeia produtiva do arroz no Brasil e com dirigentes da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para discutir uma solução para a crise no setor, agravada pelos problemas provocados pelo excesso de chuvas no Sul do país, que comprometeu parte da safra.

Os empresários se queixam de alto endividamento junto aos bancos, concorrência desigual com o arroz importado de países vizinhos, pesada carga tributária e desajustes na política de preços mínimos. “Não podemos deixar que um setor tão importante fique na situação em que está, quase morrendo. Vamos dar um oxigênio e resolver as questões estruturais de crédito, de tributação, enfim para que o produtor continue produzindo um alimento essencial da cesta básica dos brasileiros”, reiterou a ministra.

Tereza Cristina anunciou que está para ser concluído um acordo com o governo do México para exportação de arroz beneficiado para aquele país. Em troca, o Brasil importará feijão mexicano. Além da busca de novos mercados, a ministra deu prazo de 20 dias para representantes dos produtores, das indústrias de beneficiamento de arroz e dos supermercados proporem medidas para resolver o problema emergencial da safra deste ano e todas as dificuldades estruturais que prejudicam a produção do produto.

Supermercados

Em resposta à convocação da ministra, o diretor de Relações Institucionais da Abras, Alexandre Seabra Resende, disse que o setor de supermercados fará o que for possível para aumentar a venda de arroz. Segundo ele, o consumo do produto, que era de 21 quilos por pessoa em 2017, caiu a 16,4 quilos em abril de 2018, mas voltou a crescer e chegou a 19,5 quilos per capita no início deste ano.

Ele informa que os dirigentes de supermercados vão aumentar a exposição do produto nas lojas, para fazer com que as vendas subam. A preocupação da indústria e dos produtores é que o preço do produto caia muito durante o período de comercialização da safra, inviabilizando toda a cadeia produtiva.

Tereza Cristina reconheceu que o setor chegou no limite, e que, se nada for feito para resolver o problema, muitos produtores talvez tenham de deixar o negócio, o que prejudicaria diretamente a economia de mais de 200 municípios de Rio Grande do Sul e Santa Catarina.