Consumo tem alta de 2,7% em fevereiro

 - REVISTA MAISJR

(Crédito: Valter Campanato / Agência Brasil) 

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou aumento de 2,7% em fevereiro em relação a janeiro deste ano e de 13,1% na comparação anual.  Este é o maior patamar alcançado para fevereiro em quatro anos, tanto na comparação mensal quanto na anual. O ICF acumula alta de 8,0% no primeiro bimestre do ano, a maior combinação mensal de toda a série, iniciada em janeiro de 2010.

Os números foram divulgados pela da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que revisou estimativa para o volume de vendas do comércio varejista. Como os resultados da pesquisa estão próximos da considerada  zona de otimismo, a entidade acredita que as vendas devem crescer 5,6%, em 2019.

“O cenário de inflação baixa e de queda gradual do desemprego tem impulsionado o consumo das famílias nos últimos meses. Além disso, a sinalização de que os juros básicos deverão permanecer inalterados no curto prazo contribui para o resgate das condições de consumo a prazo. Neste contexto e ainda neste semestre, a intenção de consumo das famílias deverá continuar evoluindo positivamente, superando as avaliações predominantemente pessimistas que perduraram nos últimos quatro anos”, explica Fabio Bentes, economista da CNC.

Pelo terceiro mês consecutivo, todos os componentes da pesquisa registraram taxas de variação positivas. Os indicadores que mais puxaram o índice foram Momento para Duráveis (+4,4%), Perspectiva de Consumo (+3,4%), Compra a Prazo (+3,0%) e Renda Atual (+2,8%).  Regionalmente, as famílias do Sul (+4,2%), Norte (+3,5%) e Sudeste (+3,4%) puxaram a alta de fevereiro. O Centro-Oeste foi a única região onde as famílias registraram taxa negativa (-0,9%) nas decisões de compra.

Apesar da evolução consistente da propensão ao consumo em 2019, o ICF ainda permanece abaixo de 100 pontos – situação que perdura desde abril de 2015 (ao ultrapassar os 100 pontos, o ICF estaria na zona de otimismo). Essa situação tem sido influenciada pela maior insatisfação das famílias com ganhos até 10 salários mínimos (95,4 pontos).  As famílias com rendimentos acima desta faixa de renda (113,7 pontos) ultrapassaram os 100 pontos desde novembro de 2018.

Perspectivas profissionais

Quanto aos indicadores Perspectivas Profissionais (+1,2%) e de Consumo (+3,4%), a reação do mercado de trabalho e a permanência da inflação em patamares mensais baixos seguem ampliando a confiança dos consumidores.

Em fevereiro, cerca de 36% das famílias entenderam que a capacidade de consumo doméstico vai aumentar nos próximos meses, enquanto 33,9% perceberam o contrário. Há um ano, 29,7% das famílias entrevistadas consideravam que as condições de compra iriam crescer, enquanto 44,7% reconheciam que  poderiam diminuir.