Vender açaí para o mundo, uma das frutas símbolo do bioma Amazônia, tem sido tarefa que liga comunidades, processadores e empresas interessadas em um mercado bilionário baseado no fair trade. Palcos globais não faltam, mas seduzir os asiáticos representa uma mina de ouro da ordem de 4,5 bilhões de pessoas e um potencial inimaginável de negócios. Não por acaso, na ExpoDubai, que acontece na mais luxuosa metrópole dos Emirados Árabes Unidos, e vai até março do ano que vem, as empresas estão se organizando para não perder oportunidades.
A ExpoDubai é um gigantesco painel global de tecnologia, inovação, design, culturas e ciências humanas que acontece a cada cinco anos. Com o tema “Conectando a mente e criando o futuro”, cerca de 25 milhões de pessoas são esperadas para a edição atual. O pavilhão brasileiro, localizado no setor de sustentabilidade, espera por 3,5 milhões de visitantes e US$ 500 milhões em negócios. No total são três setores, incluindo os chamados oportunidade e mobilidades, nos quais estão empresas e organismos governamentais de 192 países.
“A gente vai sempre na linha do far trade, buscando investidores que tenham sempre boas práticas, desde a extração da fruta até a comercialização”, afirma Ribeiro. “A marca cresceu com essa questão sustentável, tanto ambiental como social, muito forte por conta do viés de born to be global.” A Tropicool tem parcerias com entidades como a Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados), para se aproximar dos produtores; e com instituições, como a ONG SOS Amazônia, onde a cada dez litros processados a empresa planta uma árvore, além de ações de capacitação para o plantio em comunidades produtoras da fruta.
Fruta para todos
Georgios Frangulis, CEO da OakBerry, marca que vem sendo impulsionada pela SMZTO, principal fundo brasileiro de private equity especializado em franquias, fundado por José Carlos Semenzato, diz que o cenário internacional para o açaí é diferente do que ocorre no Brasil. Ao contrário do país, em que se criou o estereótipo de produto bom de consumo após um gasto de energia – como exercício físico–, no exterior isso não aconteceu. “Justamente porque a gente sempre tratou o açaí como sendo um potencial substituto para qualquer refeição do dia, de qualquer pessoa que está na rua, ou no shopping, ou no trabalho, e precisa comer algo saudável e rápido. Rapidez como ocorre em qualquer outra rede de fast-food”, afirma Frangulis.
*Por Vera Ondei/Forbes