Do rústico fliperama à intrépida caçada de pokémons virtuais nas ruas, em menos de 60 anos os videogames passaram de simples brincadeira de nerds a poderosas ferramentas tecnológicas e fenômeno contemporâneo da cultura de massa, capazes de influenciar a maneira como as novas gerações se relacionam com o mundo. Força-motriz de uma indústria que movimenta mais dinheiro que o cinema e a música somados, os jogos eletrônicos são tema da megaexposição A Era dos Games, concebida pelo Barbican Centre de Londres, que chega ao Brasil depois de percorrer 33 cidades de 25 países e ser vista por quase quatro milhões de pessoas.Apresentada pelo Ministério da Cultura e Brasilprev, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a mostra ocupará o Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, entre 16 de agosto e 12 de novembro. Depois, segue para o Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro, onde ficará em cartaz de 6 de dezembro a 05 de março de 2018. Nas duas cidades, o público poderá interagir com mais de 150 jogos de sucesso.“Não há dúvida de que os videogames tiveram um grande impacto na cultura visual contemporânea. A Era dos Games pretende demonstrar a força criativa considerável que sustenta a indústria, destacando as contribuições de indivíduos e empresas-chave que desempenharam um papel na sua evolução. A exposição explora a influência de músicos, cineastas e artistas e mostra claramente que algumas das inovações mais criativas do nosso tempo passaram por este meio fenomenal”, resume Neil McConnon, diretor do Barbican.A exposição consumiu dois anos de trabalho intenso a um custo de um milhão de libras inglesas. São cerca de seis décadas escrutinadas, em 13 seções temáticas distintas. Dentre os mais de 150 jogos selecionados há uma longa lista de destaques, a começar pelo Pong, um jogo de tênis extremamente sintético. Criado em 1972, rodou o mundo e deu início a uma das megaempresas do setor, a Atari, que lidera o segmento ao lado de Nintendo, Sega, Microsoft e Sony. O Brasil também estará presente através de alguns jogos com tecnologia verde e amarela.Centralizado no Japão, América do Norte e Europa, o mercado dos games tem demonstrado forte crescimento na Coréia do Sul, Rússia, Índia e no Brasil, que segundo pesquisas divulgadas no ano passado, ocupa o 11º lugar no ranking, movimentando R$ 900 milhões ao ano.
Das grandes máquinas no estilo fliperama, passando pelo computador, até chegar à tela do celular, os games podem ser divididos em três grandes blocos: os jogos de pensamento (cartas, tabuleiro e quebra-cabeças), como o Tetris – o jogo mais vendido da história dos games; os de ação (como os games de guerra ou de esporte, como o Wii), e finalmente os jogos de simulação (os games da série The Sims ou o crescente mercado de jogos coletivos, disputados por dezenas de pessoas on-line).O público poderá conhecer personagens que fizeram história, como Super Mario — o encanador italiano criado pela Nintendo em 1985 e que chegou a ser usado pelo Japão na cerimônia de encerramento das últimas Olimpíadas como símbolo nacional; a crescente importância dos jogos infantis e seu potencial como ferramenta educativa; e ainda os enormes avanços tecnológicos que continuam sendo feitos, como o uso cada vez mais sofisticado da tecnologia 3D, a captação mais sensível dos movimentos pela tela ou por sensores e a constatação de que a realidade virtual é algo cada vez mais próximo.Um embrião da exposição atual foi apresentado no Museu da Imagem e do Som de São Paulo em 2011. Batizada originalmente de Game On, mais tarde o evento incorporou o número 2.0 ao título para dar conta das atualizações tecnológicas surgidas ao longo do período em que excursionou pelo mundo. A edição que desembarca agora no país chega em versão ampliada, com games de última geração e inclui jogos produzidos no Brasil.“Acreditamos muito no potencial dessa exposição. Ao apresentar a história do videogame de forma lúdica e divertida, ela integra diferentes gerações e proporciona um excelente programa para toda a família”, explica Cinthia Spanó, gerente de Comunicação Corporativa e Sustentabilidade da Brasilprev.As visitas à exposição terão horários pré-agendados e serão realizadas em seis sessões diárias, com 90 minutos de duração cada. O público poderá adquirir ingressos na bilheteria somente a partir da data de abertura, 16 de agosto.
Fotos: Reprodução
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