Depois de registrar um recorde no número de mortos em um único dia desde o início da pandemia, com 468 óbitos, o estado de São Paulo prepara para hoje (3) o anúncio de medidas mais restritivas para conter o avanço do novo coronavírus em meio ao aumento também das internações e a possibilidade de colapso na saúde.
O tema foi discutido em reunião entre o governador João Doria (PSDB), secretários estaduais e prefeitos e deverá render mais conversas hoje antes de a proposta ser fechada. “Entramos na pior semana da covid-19 da história da pandemia. Isso não apenas em São Paulo, mas nos demais estados também. Há uma preocupação generalizada”, disse ontem Doria, que completou: “não se descarta nenhuma medida, desde que elas sejam embasadas pela ciência e pela saúde”.
A tendência é de que todo o estado seja colocado na fase 1-vermelha da quarentena, a mais restritiva – e que libera o funcionamento apenas dos serviços essenciais, como mercados, farmácias e postos de combustíveis.
Nesta fase, comércios de rua, shoppings e restaurantes são fechados e só têm autorização para operar por delivery ou retirada, sem atendimento presencial. Parques e espaços culturais também param de funcionar.
Lição de casa
Um ponto ainda em discussão é o das escolas. Provavelmente, os colégios não serão obrigados a fechar, já que o serviço é considerado essencial no estado.
O modelo, porém, poderá ser alterado. Uma das propostas é liberar as particulares para receber até 35% dos alunos, como já ocorre hoje, e abrir as estaduais somente para os estudantes mais vulneráveis e com dificuldade de aprendizagem.
O tema provocou controvérsias ontem no Palácio dos Bandeirantes. Pela manhã, em entrevista, o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, defendeu o fechamento das escolas como forma de reduzir a circulação das pessoas.
A afirmação gerou mal-estar com a pasta da Educação, que vem afirmando que as escolas devem continuar abertas, pois o seu funcionamento não traz grandes impactos para a pandemia, enquanto que o fechamento provoca enormes prejuízos pedagógicos.
Em nota, Gorinchteyn ressaltou que havia emitido uma opinião pessoal e que o assunto ainda não tinha sido discutido oficialmente.
*Por Metro com Estadão Conteúdo