Decreto assinado, ontem (1), pelo presidente Jair Bolsonaro, eleva o salário mínimo de R$ 954 para R$ 998, um reajuste de R$ 44. O valor está abaixo do estipulado, anteriormente, por Michel Temer de R$ 1.006 e, basicamente, recupera as perdas inflacionárias, que segundo previsões deve ficar em 3,69% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo necessário para suprir uma família de quatro pessoas com alimentação, moradia, saúde e educação deveria equivaler a R$ 3.959,98 mensais, em novembro de 2018. Esse montante baseou-se no valor da cesta básica mais cara, que, em novembro, foi a de São Paulo, (R$ 471,37).
Na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) Reinaldo Domingos, por mais que o aumento não seja significativo, ele pode ser a oportunidade de colocar em dia as finanças e sair das dívidas, para quem se encontra nesta situação. “É hora de rever os gastos para adequar o novo valor ao orçamento familiar.
“Sei que é difícil, mas seria interessante que o valor “extra” chegasse como um bônus para realização de satisfações pessoais no futuro, e fosse utilizado para iniciar uma poupança. No entanto, muita gente aguarda ansiosamente aumentos para cobrir o desequilíbrio financeiro”, analisa.
O educador explica que o valor do aumento do mínimo de R$ 44, se multiplicado por um ano, representaria R$ 528, sem considerar o 13º salário e as férias. “Assim, se for possível poupar, essa deve ser a prioridade, pois contará com os juros a favor. Outra dica do presidente é fazer um diagnóstico da situação financeira, antes de ir compulsivamente à compras.
“Felizmente, nem todos estão endividados. Quem está numa situação mais confortável, de equilíbrio financeiro, mas ainda não tem o hábito de poupar, pode aproveitar o aumento para iniciar uma reserva e manter essa prática. Para quem já tem perfil investidor, o aumento é a oportunidade para incrementar o investimento, destinado para alguma aplicação que a pessoa já possua ou planejar um salto em direção à sua independência financeira, investindo, por exemplo, em previdência privada”, aconselha.