Para pessoas com sintomas ainda em estágio inicial, o diagnóstico precoce de câncer de pulmão pode ser crucial para o sucesso do tratamento da doença. A maioria dos pacientes, no entanto, só descobre o problema em fases mais avançadas, pois os sinais podem ser silenciosos – principalmente em fumantes, já que apresentam sintomas semelhantes aos que eles estão acostumados durante a vida, como tosse, falta de ar e catarro.
“Em geral, a detecção do tumor é feita a partir de exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, porém estes métodos podem ser considerados invasivos para aqueles que não têm câncer, além de existir a possibilidade de não detectarem todos os tumores”, explica a Dra. Denise Leite, oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO), unidade São Paulo do Grupo Oncoclínicas.
Esse cenário, no entanto, pode mudar em breve. Um estudo recente realizado por cientistas da Universidade Northwestern em parceria com o Google, em Illinois, nos Estados Unidos, aponta uma esperança no aumento da eficácia do diagnóstico de câncer de pulmão. Pesquisadores treinaram uma ferramenta para detectar tumores em exames de tomografia computadorizada.
O algoritmo aprende pelo exemplo e os pesquisadores treinaram o sistema usando mais de 42 mil tomografias. Estes exames eram de pacientes cujos diagnósticos eram conhecidos; alguns já tinham câncer de pulmão, outros não, e alguns tinham nódulos que mais tarde se tornaram cancerosos. O algoritmo foi testado contra 6716 casos com diagnósticos conhecidos e foi encontrado 94% de precisão.
Se o trabalho for realizado em conjunto com os médicos, os resultados podem ser ainda mais eficazes. “O diagnóstico precoce do câncer possibilita um tratamento bem-sucedido, aumentando as perspectivas de vida do doente e uma tecnologia menos invasiva com certeza fará a diferença, especialmente aos pacientes fumantes ou ex-fumantes que precisam realizar exames com frequência”, explica a Dra. Denise Leite.
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