Eles não carregaram um bebê por nove meses na barriga e nem sentiram as temidas dores do parto, mas trazem o codinome “pãe” e criam seus filhos sozinhos. Para esses pais, a pergunta que fica é como conciliar os deveres paternos com a vida profissional? A psicóloga Adriana Cabana, do Grupo Prontobaby, acredita que onde há amor, há diálogo e transparência. “Cada família encontrará um meio, dentro de suas rotinas e possibilidades, de cuidado com a criança. Se esse processo for feito com compreensão e entendimento, não haverá prejuízos para o psicológico delas”.
Um exemplo disso é o músico Celino Dias, pai do Caio Dias, de 20 anos. Celino conseguiu a guarda do filho desde os 6 meses, após uma decisão em conjunto com a mãe da criança. Hoje, ele tem um novo relacionamento, no entanto criou Caio sozinho por 10 anos. “Antes de tudo você precisa ter a segurança de que vai ter condições necessárias para conduzir essa dupla função que por experiência própria não é nada fácil”.
Mas como o período de separação pode afetar a vida da criança? Essa e as principais dúvidas sobre o assunto, a psicóloga Adriana Cabana esclarece a seguir. Confira:
Como o período de separação pode afetar a vida da criança?
Toda separação deve ser cuidadosamente tratada de modo ético e responsável pelos pais. As crianças devem entender que o fato dos pais se separarem, nada tem a ver com a falta de amor em relação à criança e muito menos por culpa dela. Deve se deixar claro para os pequenos que a decisão da separação é dos pais e o diálogo sempre será o melhor caminho.
Como o pai deve cuidar do psicológico dele quando assume a responsabilidade da criança sozinho?
Primeiro, deve ter o desejo de assumir essa responsabilidade sozinho, não direcionando o cuidado para terceiros com a função materna, como avós, irmãs e tias. Essas pessoas podem até auxiliar nos cuidados, mas a responsabilidade após a decisão de assumir o filho deve ser do pai. Após ter esta clareza, é preciso sensibilidade para trabalhar a ausência de mãe com muita transparência e diálogo, sempre colocando os motivos reais da separação, dentro da realidade psíquica da faixa etária de cada criança para que ela tenha o entendimento.
Como contar para a criança que agora a imagem de pai e mãe é somente do pai? E o que fazer para que ela não sofra com a separação?
A melhor maneira é utilizar sempre o diálogo e, dependendo do motivo da separação, estabelecer estratégias de presença da mãe. Independente dos motivos da separação, toda criança tem uma mãe. Em casos de divórcios, devemos respeitar as visitações. Em caso de óbito, devemos manter a presença da mãe no imaginário da criança.
Em quais casos a guarda da criança fica com o pai?