A Organização Mundial de Saúde (OMS) suspendeu o uso da hidroxicloroquina em pesquisas que ela coordenava com cientistas de 100 países. A suspensão temporária foi tomada até que a segurança da droga seja reavaliada, já que estudos recentes mostraram que ela não é eficaz contra a Covid-19 e pode aumentar a taxa de mortalidade.
A OMS diz que estão mantidos os demais testes dentro da iniciativa internacional batizada de “Solidariedade”. Além do medicamento agora vetado, os pesquisadores ainda avaliam em pacientes o resultados de três tipos de antivirais e de um remédio usado para tratar esclerose múltipla.
De acordo com a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, a cloroquina não é usada nos testes da iniciativa Solidariedade. Tanto a cloroquina quanto a hidroxicloroquina usam o mesmo princípio ativo, mas a cloroquina é considerada potencialmente mais tóxica. A hidroxicloroquina, composta por uma versão “atenuada” da substância, é considerada mais segura e é usada em tratamentos de longo prazo.
A OMS já havia anunciado que era contra o uso amplo da cloroquina para tratar a Covid-19. Quando o Brasil passou a orientar que pacientes com quadros leves pudessem usar o medicamento, os diretores da entidade ressaltaram que a droga só deveria ser usada dentro de “ensaios clínicos“, que são os testes dentro de pesquisas médicas.
Ensaios Solidariedade
Os ensaios Solidariedade foram anunciados por Tedros em 18 de março. Vários hospitais, no mundo inteiro, fazem parte da iniciativa. Segundo a entidade, nesta segunda-feira (25) havia 35 países recrutando pacientes para estudos em mais de 400 hospitais ao redor do mundo.
Segundo a OMS, a iniciativa pode diminuir em 80% o tempo necessário para ensaios clínicos, que geralmente levam anos para serem desenhados e conduzidos.
Cloroquina e hidroxicloroquina no Brasil
Mesmo sem evidências científicas que comprovem a eficácia dos medicamentos contra a Covid-19, o Ministério da Saúde divulgou, na semana passada, um documento com orientações para uso da cloroquina.
A droga foi motivo de discórdia entre dois ex-ministros da Saúde e o presidente Jair Bolsonaro. Tanto Luiz Henrique Mandetta quanto Nelson Teich, ambos médicos, alertaram para os efeitos colaterais dos remédios, mas, mesmo assim, Bolsonaro defendeu o uso deles contra a Covid-19.
Fonte: Bem estar/ Foto: Divulgação