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O recente anúncio de cessar-fogo no conflito envolvendo Israel e Irã colocou à prova a capacidade de negociação do presidente dos EUA, Donald Trump. Com a promessa de empreender o fim das guerras no Oriente Médio e na Europa Oriental, Trump apostou alto ao participar da chamada “Guerra dos 12 dias”, quando bombardeou três instalações militares iranianas com o uso de armamentos pesados.
Como não houve uma declaração oficial de guerra, pois isso envolveria a participação do Congresso norte-americano, Trump esticou a corda ao máximo, o que lhe valeu críticas e elogios de diferentes ordens. Dito isso, para além dessas análises conjunturais, proponho refletir sobre as possíveis razões para que os EUA tenham apostado tão forte na defesa de Israel contra uma das principais potências regionais do Oriente Médio, inclusive contando sempre com grandes relações comerciais e políticas com Rússia e China.
Para além do histórico apoio irrestrito a Israel, os EUA, sob a liderança de Trump, buscam restabelecer o caminho para a retomada dos Acordos de Abraão. Incialmente aprovados em 2020, essas resoluções visavam normalizar as relações diplomáticas entre Israel e alguns povos árabes, no Oriente Médio e na África.
Diante desse novo cenário, em outubro de 2023, grupos terroristas aliados ao Irã atacaram Israel. Um dos principais objetivos era frear o desenvolvimento de uma maior parceria entre judeus e árabes na região, pois havia um caminho trilhado para um acordo maior envolvendo a Arábia Saudita nesse tabuleiro geopolítico.
Desse modo, um Oriente Médio em parceria entre Israel e Arábia Saudita desequilibraria o jogo entre as potências regionais, que ainda inclui Irã e Turquia. Nesse contexto, cada potência reagiu de diferentes maneiras às reações israelenses aos ataques dos jihadistas. No caso da Turquia, acelerou-se a defesa dos grupos opositores ao ex-presidente sírio, Bashar Al-Saad, que o derrubaram e em seu lugar nomearam Ahmed Al-Sharaa, político próximo aos interesses turcos e sauditas, afastando a influência iraniana nesse importante país.
Em relação ao Irã, em decorrência das duras respostas dos israelenses no Líbano, Palestina, Síria e Iêmen, seu arco de influência na região sofreu um duro golpe. Desde os anos 1980, quando passou a investir em diversos grupos como Hezbollah e Hamas, os governos revolucionários persas mantiveram um cordão em volta de Israel, sempre evitando aproximações entre judeus e mulçumanos na região. No entanto, com o crescimento da influência chinesa no Oriente Médio, as antigas divisões deixaram de ser favoráveis aos interesses dos EUA.
Subjaz dessa nova trama geopolítica duas grandes disputas, regional e global. Entre as potências regionais, turcos, árabes e persas calculam como liderarão o Oriente Médio no século XXI, quando o petróleo começará a sofrer a concorrência séria de outras fontes de energia. Sendo assim, tais nações deverão ampliar seu poder para alavancar novos projetos de desenvolvimento. Por isso, a importância de Israel, país com grande capacidade tecnológica. Até aqui, portanto, o maior derrotado desses últimos anos é o Irã, que não possui mais a influência na Síria, Líbano e Iraque, como outrora.
Na escala global de influência, China e EUA duelam por seus interesses na ampliação da Rota da Seda e dos Acordos de Abraão, respectivamente. A fim de evitar uma grande aliança chinesa até a Europa, Biden e Trump, cada um à sua maneira, criaram acordos militares e políticos que vão da Austrália a Arábia Saudita. No entanto, cada vez mais presentes no Paquistão, Afeganistão e Irã, os chineses contam com a guerra entre Ucrânia e Rússia para aprofundarem seus investimentos no mundo oriental.
Enquanto essas peças se movimentam, Trump conquistou outra vitória ao ver os países aliados da OTAN, aumentarem significativamente seus orçamentos em defesa. Diante de tamanha concorrência por mercados e acordos, a questão de Taiwan ganha cada vez mais relevância nessa década. Os chineses observam atentamente as ações militares americanas e russas para além do que é discutido no Conselho de Segurança da ONU.

 

*O conteúdo dos artigos assinados não representa necessariamente a opinião do Mackenzie.

 

Sobre os Colégios Presbiterianos Mackenzie

 

Os Colégios Presbiterianos Mackenzie são reconhecidos, hoje, pela qualidade no ensino e educação que oferecem aos seus alunos, enraizada na antiga Escola Americana, fundada em 1870, pelo casal George e Mary Chamberlain, em São Paulo. A instituição dispõe de unidades em São Paulo, Tamboré (em Barueri-SP), Brasília (DF) e Palmas (TO). Com todos os segmentos da Educação Básica – Educação Infantil (Maternal, Jardim I e II), Ensino Fundamental e Ensino Médio, procura o desenvolvimento das habilidades integrais do aluno e a formação de valores e da consciência crítica, despertando o compromisso com a sociedade e formando um indivíduo capaz de servir ao próximo e à comunidade. No percurso da história, o Mackenzie se tornou reconhecido pela tradição, pioneirismo e inovação na educação, o que permitiu alcançar o posto de uma das renomadas instituições de ensino que mais contribuem para o desenvolvimento científico e acadêmico do País.